No dia 24 de novembro deste ano, o procurador da República Luiz Carlos Oliveira Júnior afirmou que a realização de busca e apreensão nos endereços dos investigados seria contraproducente, considerando que os fatos ocorreram há quase 11 anos.
"A eficácia da medida ora pretendida pela autoridade policial exige a contemporaneidade dos fatos supostamente criminosos praticados, o que não se verifica", disse o procurador.
Oliveira classificou o ingresso em residência de investigados como "medida drástica", que "expõe pessoas alheias à investigação em curso como, por exemplo, filhos menores de idade, cônjuges, dentre outros, além de implicar em grande exposição social".
As informações foram reveladas pela Folha de São Paulo nesta quinta-feira (16).
Em Fortaleza, bombeiros tentam controlar um incêndio na Arena Castelão, um dos estádios utilizados na Copa do Mundo de 2014. Foto de arquivo
© Folhapress / Agif / Kely Pereira
O procurador, por outro lado, se manifestou favoravelmente à quebra de sigilo, afirmando ser o meio adequado para a obtenção de registros que venham a comprovar ou não a prática de condutas criminosas.
Os irmãos Gomes foram alvo, na quarta-feira (15), de uma operação da Polícia Federal no esteio de uma investigação sobre a suspeita de desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza.
Ao todo, a PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça, incluindo os endereços de Cid e Ciro Gomes, como parte de um inquérito iniciado em 2017.
A apuração da PF contou com delações premiada de executivos da Galvão Engenharia. Os pagamentos de propina, diz a polícia, eram feitos em espécie tanto em um escritório de advocacia quanto na residência de um dos advogados investigados.