No Congresso, uma das legendas mais empenhadas em garantir o valor é o partido do próprio presidente da República, o PL, que mobiliza seus parlamentares tanto na Câmara quanto no Senado, escreve o jornal O Globo.
Durante as negociações a respeito do valor, o governo federal defendeu e apresentou ao Congresso a quantia de R$ 2,1 bilhões. Porém, não houve um esforço para o convencimento da base do governo.
O próprio líder do governo, o senador Eduardo Gomes afirmou que ainda não havia uma orientação. "O governo não entrou nessa discussão [do Fundo Eleitoral]", comentou.
Na Câmara, o núcleo duro de aliados do governo, formado por PP, PL e Republicanos, são favoráveis à derrubada do veto.
Além de incrementar campanhas nos estados, a ideia é beneficiar o próprio presidente da República, que pretende disputar a reeleição.
Os parlamentares avaliam que a oferta do governo de R$ 2,1 bilhões seria insuficiente. Líder do PL na Câmara, Wellington Roberto disse que é preciso contextualizar o dispositivo barrado.
Segundo a publicação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, calcula que há 400 votos para derrubar a decisão de Bolsonaro entre deputados e outros 50 entre senadores.
Para que um veto seja derrubado, é preciso obter maioria absoluta, ou seja, 257 votos na Câmara e 41 no Senado.
O presidente Bolsonaro vetou trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que vincula o valor do fundo à verba destinada à Justiça Eleitoral.
O Fundo Eleitoral seria equivalente a 25% do orçamento de dois exercícios (2021 e 2022) do Judiciário responsável pelas eleições. A partir desse parâmetro, foram calculados os R$ 5,7 bilhões.
Evento de filiação do presidente Jair Bolsonaro no PL, partido de Valdemar Costa Neto, o evento foi fechado à imprensa e restrito à alguns convidados e autoridades, 30 de novembro de 2021
© Folhapress / Pedro Ladeira