A decisão foi tomada por Moscou depois de os EUA terem abandonado unilateralmente o tratado em novembro de 2020 e de os parceiros europeus de Washington não oferecerem à Rússia qualquer garantia de que os dados coletados durante os voos sobre o território russo não seriam entregues aos americanos, além de não permitirem que as aeronaves russas sobrevoassem instalações militares dos EUA na Europa.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que o tratado serviu como "uma ferramenta de reforço da confiança e segurança e criou oportunidades adicionais para uma avaliação objetiva e imparcial das capacidades e atividades militares dos estados participantes".
"Infelizmente, apesar de todos os nossos esforços, não foi possível preservar o tratado na forma como foi pensado pelos seus autores", aponta o comunicado da chancelaria.
O acordo tinha sido assinado pela Rússia, países da OTAN e outros (34 ao todo) em 1992 e entrado em vigor em 2002. A entidade diplomática russa indicou que o tratado foi "vítima da luta interna entre diferentes grupos de influência nos EUA" na qual prevaleceu a linha de "destruição dos acordos anteriores de controle de armas".
O comunicado afirma ainda que "todas essas circunstâncias não nos deixaram outra escolha. Elas determinaram a retirada da Rússia do tratado. A segurança nacional não pode e não será negligenciada".
"Toda a responsabilidade pela deterioração do regime do Tratado de Céus Abertos cabe a quem iniciou o seu colapso – os Estados Unidos da América", conclui a nota.
Em 21 de maio do ano passado, Donald Trump anunciou que os EUA abandonariam o tratado, com base em supostas violações por parte da Rússia, pretexto que Washington costuma usar para justificar a sua saída dos acordos internacionais.
Vários países condenaram a decisão da Casa Branca. O procedimento de retirada de Washington foi concluído em 22 de novembro de 2020.