Os EUA e Israel concordaram que o programa nuclear "em avanço rápido" do Irã é uma "ameaça grave à segurança regional e internacional", comunicou na quarta-feira (22) a Casa Branca.
De acordo com a administração norte-americana de Joe Biden, tanto Washington como Tel Aviv estão confrontando "todos os aspectos" da ameaça supostamente colocada pelo país persa, que incluiria não só seu programa nuclear, mas também "atividades desestabilizadoras e apoio a grupos terroristas patrocinados".
"Os funcionários afirmaram que os Estados Unidos e Israel estão alinhados na sua determinação de assegurar que o Irã nunca obterá uma arma nuclear", disse a Casa Branca sobre Jake Sullivan e Eyal Hulata, assessores de segurança nacional dos EUA e Israel, respectivamente, que referiram que Washington e Tel Aviv concordaram em continuar o diálogo sobre a segurança regional.
Além destas questões, os dois lados discutiram a cooperação bilateral em assuntos estratégicos para toda a região, revelou o comunicado, com Sullivan reafirmando o compromisso dos EUA com a segurança e autodefesa de Israel, e informando Hulata sobre os "recentes desenvolvimentos dos diálogos em Viena" em relação à negociação das armas nucleares do Irã e um possível regresso ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) de 2015.
Proposta de ação direta
Tomer Bar, major-general de Israel, falando ao jornal Yediot Aharonot, por sua vez, sugeriu que as Forças de Defesa de Israel (FDI) deverão eventualmente atacar as instalações nucleares do Irã caso as negociações na Áustria falharem.
"Devo assumir que isso vai acontecer na minha vida, e meus ombros já se estão preparando para o fardo da responsabilidade. Não tem como a gente operar lá, a 1.000 quilômetros daqui, e regressarei para casa sem poder dizer: 'Completei a missão'", apontou, desvalorizando relatos de que a falta de financiamento das FDI está afetando negativamente suas missões.
"Nós nos equipamos com F-35. Conseguimos milhares de interceptores Cúpula de Ferro para defesa multicamada", comentou.
O comandante também mencionou um relato da última semana do jornal The New York Times, que reportou que os EUA recusaram acelerar a entrega dos aviões de reabastecimento KC-46 Pegasus da montadora norte-americana Boeing, um acordo "crítico para atingir as instalações nucleares do Irã" assinado em 2020, com valor de US$ 2,4 bilhões (R$ 10,8 bilhões).
Segundo Bar, ele não sabe por que Washington recusou o pedido, mas sublinhou que "não esgotei a possibilidade de obter pelo menos dois [caças] com antecedência".
As tensões entre os EUA e o Irã têm estado elevadas desde 2018, quando a administração norte-americana do então presidente Donald Trump abandonou o acordo nuclear, ou Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), assinado com o Irã em julho de 2015, reimpondo fortes sanções econômicas ao país e levando Teerã a aumentar gradualmente o enriquecimento de urânio.