Panorama internacional

Ocidente deve assumir responsabilidade pelos refugiados entre Belarus e Polônia, diz MRE russo

Os países ocidentais devem assumir a responsabilidade pela desestabilização das regiões do Oriente Médio e Norte da África e acolher os refugiados, disse em entrevista à Sputnik Grigory Lukyantsev, comissário da chancelaria da Rússia para Direitos Humanos, Democracia e Estado de Direito.
Sputnik
Anteriormente, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) tinha decretado que os migrantes que já estão no território da Polônia não podem ser deportados de volta para Belarus.

"Não nos devemos esquecer das causas desta crise [migratória], por que tudo isso ocorreu. E a causa principal é a ingerência nos processos relevantes na região do Oriente Médio e Norte da África, a desestabilização da situação política, do regime político, a ingerência nos assuntos internos, desestabilização da região. Como resultado isso naturalmente levou ao surgimento de fluxos migratórios", disse o diplomata russo.

"Estas pessoas buscam entrar nos países que contribuíram para a desestabilização da situação. Por isso, quando há apelos de partilha de 'encargos', partilha de responsabilidade, em primeiro lugar, são aqueles que criaram esta situação que devem assumir a responsabilidades de resolver o problema", acrescentou.
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Lukyantsev acusou a Polônia de violar os tratados sobre direitos humanos, chamando a atenção para as queixas apresentadas contra Varsóvia, bem como contra a Lituânia e a Letônia.

"O que vemos nas imagens, aquilo que aparece nos meios de comunicação, são também cenas de crueldade e provação, de utilização de meios especiais pelas forças de segurança e Forças Armadas polonesas contra os migrantes. A julgar pelas imagens, está efetivamente patente uma violação das disposições internacionais em matéria de direitos humanos por parte da Polônia", ressaltou Lukyantsev.

O diplomata acrescentou que as declarações emitidas por Dunja Mijatovic, comissária para os Direitos do Homem do Conselho da Europa, não receberam a devida atenção.
Ela manifestou preocupação com a falta de pleno acesso ao território polonês para efetuar o monitoramento e para as organizações humanitárias internacionais poderem apoiar as pessoas.
Nas últimas semanas, milhares de imigrantes do Oriente Médio se aglomeraram na fronteira entre Belarus e a Polônia na esperança de entrar na União Europeia. A Polônia reforçou a segurança na área e destacou militares para evitar travessias ilegais da fronteira.
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