Panorama internacional

Canadá clama democracias ocidentais por 'frente unida' contra China

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, conclamou as "democracias capitalistas" ocidentais a se unirem para evitar que Pequim tire vantagem de suas lutas internas pelos lucros dos mercados em crescimento da China.
Sputnik
Em entrevista ao Global News transmitida no sábado (25), Trudeau disse que os países ocidentais devem "fazer melhor em trabalhar juntos e permanecer firmes para que a China não possa [...] tirar vantagem desta situação e nos dividir, colocando uns contra os outros".
"Tem havido um pouco de competição, entre amigos, porque somos democracias capitalistas [...] especialmente dada a extraordinária oportunidade econômica da crescente classe média chinesa", disse ele, praticamente admitindo que os benefícios econômicos superam as preocupações declaradas publicamente pelo Ocidente sobre as supostas violações dos direitos humanos na China e seu comportamento "coercitivo".

Temos competido e a China, de tempos em tempos, nos joga uns contra os outros de maneira muito inteligente, de uma maneira competitiva no mercado aberto.

Existem algumas questões globais, como a mudança climática, em que o Canadá deve continuar a trabalhar com a China, observou Trudeau. Mas, para competir economicamente com a China, todos os "países com ideias semelhantes" devem se unir, coordenar e "mostrar uma frente unida", disse ele.
As relações já azedas entre Canadá e China atingiram um novo ponto baixo este mês, depois que Ottawa aderiu ao boicote diplomático liderado pelos EUA aos Jogos Olímpicos de Pequim em 2022. Ecoando a retórica de Washington e Camberra, Trudeau acusou a China de "repetidas violações dos direitos humanos" sobre seus supostos maus tratos aos muçulmanos uigures, desencadeando uma dura repreensão a Pequim.
"Apegando-se à mentalidade da Guerra Fria e ao preconceito ideológico, o Canadá e um punhado de países ocidentais interferem nos assuntos internos de outros países sob o pretexto dos direitos humanos em uma tentativa de interromper e conter seu processo de desenvolvimento", afirmou a Embaixada da China no Canadá. "O Canadá simplesmente não está qualificado para ser 'um pregador dos direitos humanos' e certamente não está em posição de julgar a China nesta frente."
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