O comando do Distrito Militar do Sul do Ministério da Defesa da Rússia anunciou neste sábado (25) que mais de 10.000 soldados posicionados em regiões próximas à fronteira com a Ucrânia estão agora se retirando para seus quartéis de origem.
A notícia surge em meio a tensões entre a Rússia e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e especulações na mídia ocidental sobre os alegados planos de invasão que Moscou teria para a Ucrânia, no início de 2022, somados à concentração de tropas russas perto da fronteira com o país vizinho.
O Ministério da Defesa especificou que os militares estão se retirando após um mês de exercícios de campo. "As sessões de treinamento de combate foram realizadas em campos de treinamento interarmas nas regiões de Astrakhan, Volgogrado e Rostov [tem fronteira com a Ucrânia], Stavropol e Kuban, nas repúblicas do norte do Cáucaso e na Crimeia [tem fronteira com a Ucrânia], bem como em campos militares do Distrito Militar do Sul na Abkházia, Armênia e Ossétia do Sul", detalhou.
A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, denunciou nesta sexta-feira (24) em entrevista coletiva que cerca de 10.000 instrutores militares ocidentais, incluindo 4.000 dos EUA, estão atualmente na Ucrânia. Nesse sentido, ela lembrou que a militarização da Ucrânia aumenta a cada passo, já que o país recebe não apenas determinados tipos de armas e equipamentos militares, mas também especialistas militares da OTAN.
Questão de soberania
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, general de exército Valery Gerasimov, considerou "falsos" os relatos da mídia sobre uma suposta invasão russa da Ucrânia durante um briefing no dia 9 de dezembro. Ele também acredita que os países membros da Aliança Atlântica prestam "excessiva" atenção aos movimentos das tropas russas dentro do país.
"A realocação de unidades durante o treinamento para combate é uma prática rotineira das forças armadas de qualquer país. As atividades militares são realizadas em território nacional, por isso não requerem notificação", disse Gerasimov.