Jornalistas de Rússia, EUA e Iêmen são os vencedores de premiação da RT para jornalismo de guerra

Criado em homenagem ao freelancer árabe Khaled Alkhateb da RT, que morreu em 30 de julho de 2017 enquanto fazia reportagens nas linhas de frente na Síria, a premiação compreende as seguintes categorias: Melhor Jornalismo uma Zona de Conflito, texto e vídeo e "Depois da Guerra", uma nova categoria introduzida em 2021, que homenageia tanto documentários quanto reportagens escritas sobre recuperação pós-conflito, variando de histórias humanas individuais aos esforços de comunidades mais amplas.

Categoria: Melhor trabalho de uma zona de conflito: vídeo
Profissional: Aleksandr Lukyanov, Rússia
Matéria: "Rumbling Silence" (Silêncio Estrondoso)
Mídia: Rússia 24

O repórter vai à linha de frente da República Popular de Donetsk (DNR ou DPR, na sigla em inglês) para ver com seus próprios olhos como está sendo implementado o cessar-fogo, e ele próprio quase é atacado. Na linha de contato em Donbass, os representantes do DPR relatam que as forças ucranianas estão violando cada vez mais o acordo de cessar-fogo de julho de 2020. As trocas de prisioneiros de guerra foram suspensas e as negociações do DPR se revelam infrutíferas. Relatórios do correspondente especial Aleksandr Lukyanov.

Categoria: Melhor trabalho de uma zona de conflito: texto
Profissional: Anuj Chopra, Estados Unidos
Matéria: "Battles and Bloodshed in Yemen's Marib" (Batalhas e Derramamento de Sangue em Marib no Iêmen)
Mídia: AFP

Um relatório local de Marib, Iêmen, enquanto os rebeldes houthis intensificam uma ofensiva de terra arrasada para tomar a cidade, desencadeando uma crise humanitária e levando os membros da tribo local a se juntarem à luta para salvar a estratégica cidade rica em petróleo.

Categoria: Depois da guerra: melhor documentário
Profissional: Rania Abdallah, Iêmen
Matéria: "Life, Terminated" (Vida, Terminada)
Mídia: YEMEN-TV

O documentário cobre o conflito armado em curso no sudoeste do Iêmen, que levou 38 famílias a fugirem para uma área montanhosa remota no distrito de Al-Mafir, Taiz, onde ficaram sem meios de sobrevivência. Com a propagação da pandemia da COVID-19, a situação dos refugiados piorou. As más condições sanitárias levaram a complicações durante o parto e a frequentes abortos espontâneos.

Categoria: Depois da guerra: melhor reportagem
Profissional: Neha Wadekar, Estados Unidos
Matéria: "The Hidden Story Behind the Fight for Cabo Delgado" (A História Oculta Por Trás da Luta por Cabo Delgado)
Mídia: The Telegraph

Desde 2017, o conflito em Cabo Delgado, Moçambique, deslocou mais de 800.000 e matou outros milhares. Aldeias foram devastadas por militantes afiliados ao Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em diversos países), que impulsionaram a insurgência ao cenário global. Este conflito tem sido caracterizado principalmente como a disseminação do terrorismo na África, mas suas raízes são muito mais complexas. O relatório examinou a luta pelo gás natural, pedras preciosas e comércio ilícito e investigou como a marginalização do governo criou condições propícias para uma insurgência.

Cada um dos profissionais vencedores receberá um prêmio em dinheiro no valor de 200.000 rublos (pouco mais de R$ 15 mil) ou equivalente em moeda estrangeira.

Este ano, o painel de jurados incluiu Yevgeny Poddubny, um correspondente de guerra cujo trabalho na Síria e na Ucrânia lhe rendeu três prêmios TEFI (prêmio anual concedido à indústria de televisão russa); Aleksandr Kots, jornalista e correspondente de guerra, ganhador de vários prêmios e condecorações estatais por jornalismo de guerra e Maria Finoshina, correspondente de guerra da RT que cobriu os principais conflitos e protestos recentes em todo o mundo. Eles se juntaram a Eva Golinger, jornalista, escritora e especialista em política externa dos Estados Unidos e América Latina; Ahmed Gomaa, especialista em assuntos árabes, correspondente do jornal Youm7 do Egito e Konstantinos Antonopoulos, jornalista grego e vencedor de vários prêmios internacionais.

Os primeiros premiados do Khaled Alkhateb International Memorial Awards no ano inaugural da competição, em 2018, foram do Iraque, Irlanda e Cingapura. Em 2019, jornalistas da Rússia, Estados Unidos, Itália e Índia foram premiados por suas reportagens sobre conflitos na Síria, Iraque e Líbia. Em 2020, os prêmios foram concedidos a repórteres da Rússia, Síria e Índia.