Panorama internacional

OTAN se prepara para 'conflito armado de grande escala' com a Rússia, diz vice-ministro da Defesa

O vice-ministro da Defesa russo, Aleksandr Fomin, declarou, nesta segunda-feira (27), que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está "completamente reorientada para a preparação de um conflito armado de grande escala e alta intensidade contra a Rússia".
Sputnik
Em encontro com adidos militares e representantes de embaixadas em Moscou, o vice-ministro afirmou que, nos últimos anos, a OTAN tem classificado a Rússia como "a principal fonte de ameaça à segurança da coalizão".
Apesar disso, Fomin lembra que, segundo a Declaração de Roma - que marcou a criação do Conselho Rússia-OTAN -, "a Rússia e a Aliança Atlântica não são consideradas adversárias".
"Todos os anos, a OTAN realiza 30 grandes exercícios nos quais desenvolve cenários para a realização de operações militares contra a Rússia", ressaltou Fomin.
O vice-ministro da Defesa criticou, acima de tudo, o aumento dos exercícios militares no mar Negro, que passaram de oito, em 2020, para 15 neste ano. Fomin lembrou que apenas o exercício chamado de Defender-Europe 2021, realizado em maio e junho, reuniu mais de 40.000 militares no "flanco oriental" da Europa.
"Recentemente, a Aliança Atlântica passou à prática de provocações diretas associadas a um alto risco de entrar em confronto armado", frisou Fomin, destacando a tentativa do destroier HMS Defender da Marinha Real do Reino Unido de penetrar nas águas territoriais russas em 23 de junho.
O vice-ministro destacou ainda o aumento em mais de 60% dos aviões de reconhecimento no mar Negro, neste ano, em relação a 2020, de 436 decolagens para 710.

"Atualmente, no Leste Europeu, há uma presença permanente de cerca de 13.000 soldados de Estados do bloco que não pertencem à região. As milícias correspondentes estão armadas com cerca de 200 tanques, 400 veículos blindados, 50 canhões e mais de 30 aviões e helicópteros", indicou Fomin.

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O vice-ministro também acusou a OTAN de aumentar seu treinamento militar e suas atividades de combate no Ártico "com a participação de bombardeiros estratégicos e do componente naval do sistema global de defesa antimísseis, inclusive nas proximidades das fronteiras da Rússia".
Segundo Fomin, nos últimos seis anos, os gastos militares da Aliança Atlântica cresceram 31%, representando um incremento de 278 bilhões de dólares (cerca de R$ 1,5 trilhão). Ele afirma que, apenas em 2021, o gasto militar total dos Estados membros da OTAN superou em mais de 18 vezes o orçamento militar russo.
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