Tropas do Reino Unido que dão treinamento ou desempenham papel de conselheiros na Ucrânia serão rapidamente evacuadas em caso de uma suposta "invasão" pela Rússia, relatou no domingo (26) o jornal Daily Express, citando fontes militares.
Segundo a estratégia prevista, os militares britânicos receberiam do tenente-general Charlie Strickland, chefe das Operações Conjuntas Britânicas, a ordem para se dirigirem até a fronteira ocidental com a Polônia, o mesmo acontecendo com um pequeno número de oficiais do Reino Unido em Kiev.
"Ele tentará ponderar cuidadosamente o efeito de qualquer incursão na capacidade de retirar suas tropas. Ele não pode permitir que elas fiquem presas lá", disse uma fonte. Strickland também teria atualizações da "atmosfera" duas vezes por dia desde o Reino Unido.
A ação de retirada, chamada de Operação Orbital, será "revista" para assegurar que todos os membros das Forças Armadas possam ser "retirados com segurança" no caso de uma escalada.
Em 18 de dezembro, Ben Wallace, secretário de Defesa do Reino Unido, afirmou ser "altamente improvável que alguém vá enviar tropas para a Ucrânia para desafiar a Rússia" por o país não ser Estado-membro da OTAN. Em vez disso, disse, "estamos fazendo o melhor diplomaticamente para dizer a [Vladimir] Putin: 'Não faça isso'", e defendeu "sanções econômicas severas" como a melhor forma de dissuasão.
Estima-se que atualmente mais de 100 efetivos britânicos estão na Ucrânia, principalmente em Yavorov, região ocidental de Lvov, além de forças da Polônia, EUA e Canadá. Desde 2015 que elas têm fornecido treinamento de curto prazo a mais de 21.000 militares do Exército da Ucrânia em planejamento, logística e ações de infantaria, escreve o Daily Express. A operação foi estendida em 2019 até 2023 e expandida de forma a incluir a Marinha Real e os Fuzileiros Navais Reais do Reino Unido.
Vários países ocidentais acusam a Rússia de juntar tropas na fronteira com a Ucrânia em preparação para uma "invasão" do país. Moscou responde que tem todo o direito de movimentar forças militares dentro de seu território, que isso não ameaça ninguém, e retruca que tais declarações visam distrair da crescente militarização dos territórios do outro lado das fronteiras com a Rússia, incluindo da Ucrânia, referindo que 100.000 militares desse país foram mobilizados para um possível conflito.