Conforme suas palavras na coletiva de imprensa na agência Rossiya Segodnya nesta terça-feira (28), "a conscientização da anomalia da situação atual já chegou aos que determinam a linha da União Europeia".
"Falta sair do empasse no qual a própria UE se meteu. Mas isso deve ser feito por ela mesma, pelo menos o primeiro passo. E quando acumular vontade política suficiente e fizer isso, ela sabe sempre onde pode nos encontrar", disse o embaixador.
Ele enfatizou que a Gazprom tem cumprido seus compromissos de entregas de gás à Europa.
"A Gazprom tem recursos, primeiramente do próprio gás, tem capacidades para seu bombeamento através de gasodutos existentes. Outra coisa é que com tal bombeamento, isto é, através do território da Ucrânia, ele sobretudo vai ser mais caro. E a segurança desse bombeamento será menor", acredita o diplomata.
"Porque a Gazprom não faz isso agora? Para qualquer negócio além dos contratos de longo prazo, que existem e que, segundo todos reconhecem, inclusive a União Europeia, a Gazprom segue estritamente, para qualquer quantidade adicional de gás precisa haver um cliente, um comprador", explicou.
Enquanto isso, Moscou considera que a questão sobre o prazo de certificação do gasoduto Nord Stream 2 é político e não técnico, por isso é difícil prognosticar quando o procedimento será finalizado. Ele acrescentou ainda que "não há uma posição claramente articulada da União Europeia no momento atual".
Quem vai sofrer é o consumidor europeu
O consumidor europeu será quem ao final sofrerá mais com o atraso da aprovação do gasoduto, nas palavras do embaixador.
"No final das contas, quem vai sofrer é o consumidor europeu, que terá que pagar mais pelo gás russo e aguardar, como se diz, o futuro desenvolvimento dos eventos."
O Nord Stream 2 é uma joint-venture das empresas Gazprom, Royal Dutch Shell, OMV, Engie, Uniper e Wintershall. O gasoduto está pronto para transportar gás natural diretamente da Rússia para a Alemanha através do fundo do mar Báltico. Em 10 de setembro deste ano, a Gazprom, empresa estatal de gás russa, anunciou o fim da construção do gasoduto.
Europa provavelmente manterá silêncio se EUA implantarem armas na Polônia
A União Europeia ficou em silêncio enquanto se instalava o sistema de defesa antimíssil americano na Romênia, e muito provavelmente ficará calada se o mesmo acontecer na Polônia, disse o representante permanente.
"Quando os norte-americanos instalaram na Romênia seu sistema de defesa antimíssil, capaz de, após um pequeno reajuste, lançar também mísseis de médio alcance em direção à Rússia, a UE não disse uma só palavra. Vou arriscar sugerir que ela ficará calada quando um sistema análogo surgir na Polônia nos próximos meses, o que pode bem acontecer", disse Chizhov.
Em 17 de dezembro, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia publicou os projetos de acordos com os Estados Unidos e com a OTAN sobre as garantias de segurança. Os documentos já foram transmitidos a Washington e seus aliados. Um dos pontos do projeto propõe que a Aliança Atlântica forneça garantias de não expansão da OTAN para o território ucraniano. Na opinião do vice-chanceler russo, se a OTAN e EUA não reagirem à exigência da Rússia a respeito de garantias de segurança, isso pode levar a uma nova rodada de confrontação.