A descoberta confirma a principal hipótese de origem dos planetas rochosos. Os resultados da pesquisa foram relatados no artigo publicado na revista Science Advances.
Os pesquisadores determinaram a composição exata dos isótopos de ambos os planetas e a compararam com a análise isotópica dos meteoritos do interior e do exterior do Sistema Solar. Existe uma teoria de acordo com a qual os isótopos no Sistema Solar primitivo eram distribuídos de forma desigual, o que permite identificar de qual material um determinado corpo celeste foi formado.
No total, os cientistas analisaram a composição de 17 meteoritos marcianos e revelaram a presença de titânio, zircônio e molibdênio.
A fim de reproduzir a composição isotópica de Marte e do nosso planeta, os especialistas também modelaram a proporção do material proveniente do espaço interior e exterior do Sistema Solar.
Os resultados dos cálculos mostram que as rochas expostas terrestres e marcianas têm pouco em comum com os meteoritos do espaço externo do Sistema Solar, apenas cerca de 4%.
A composição isotópica da matéria formada além da órbita de Júpiter é conhecida pela composição dos condritos carbonáceos, que apresentam um teor elevado de carbono. Já a matéria das regiões internas do Sistema Solar é constituída por condritos não carbonáceos.
No entanto, os astrônomos descobriram ainda a presença de uma substância surgida nas proximidades do Sol, mas que não se encontra em condritos não carbonáceos, um tipo de meteoritos feitos de poeira e pequenas partículas dos primórdios do Sistema Solar. Isso pode ser explicado pelo fato de essa substância ter sido completamente utilizada na formação dos planetas rochosos.