O aumento projetado do orçamento militar dos EUA para 2022 não é suficiente para os EUA "combaterem" a China no oeste do oceano Pacífico, afirma um artigo de opinião no jornal Global Times publicado na terça-feira (28).
O jornal menciona que apesar de os EUA serem responsáveis por 40% dos gastos militares globais, em um valor de US$ 768 bilhões (R$ 4,36 trilhões), e de este ser um aumento anual de 5%, vários legisladores republicanos continuam insatisfeitos com a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) para o ano fiscal de 2022, exigindo um aumento de quase US$ 25 bilhões (R$ 141,93 bilhões).
O Global Times escreve que "sob este modelo de segurança distorcido", os grupos de interesse e o complexo militar-industrial dos EUA conseguiram aumentar as despesas militares do país, apesar da retirada de Washington do Afeganistão em 2021.
"A NDAA o disse sem rodeios, uma grande parte será gasta em ações contra a China e a Rússia, especialmente contra a China", comentou, mencionando como esse documento militar menciona o país asiático numerosas vezes durante 1.300 páginas, em questões que incluem pesquisa e desenvolvimento tecnológico, comparações militares, prevenção e controle da COVID-19 e influência internacional, incluindo a Iniciativa de Dissuasão Pacífica (PDI, na sigla em inglês) e apoio à defesa de Taiwan.
Segundo o Global Times, a lei inclui US$ 7,1 bilhões (R$ 40,31 bilhões) para a PDI, visando "piorar o ambiente em torno da China" criando confrontação e divisão, e apelos para desenvolver uma "grande estratégia" em relação à China.
10 de dezembro 2021, 14:44
"Ela também encoraja desenvolver 'capacidades defensivas assimétricas de Taiwan' e exortando à participação da ilha de Taiwan nos exercícios Rim of the Pacific 2022. A mídia dos EUA publicitou esses tópicos, mas Washington deve ser claro que independentemente da forma como usar a ilha de Taiwan para conter a China continental, está brincando com o fogo, e quem brincar com o fogo se queima", advertiu a mídia.
O Global Times comenta que a China não precisa de "cair no pântano da corrida armamentista com os EUA", pois mantém um rácio de despesa militar versus PIB estável, sendo o crescimento militar "um resultado natural do desenvolvimento social geral da China", e não precisa de começar uma guerra contra os EUA no resto do mundo.
Ao mesmo tempo, defende, Pequim não permitirá que Washington ameace os interesses fundamentais da China, independentemente da despesa militar dos EUA. O aumento da despesa militar visando a China, diz o autor, "fará poucas ondas no Pacífico".
Em conclusão, o Global Times insta os EUA a prestarem atenção à porcentagem dos militares que enfrentam insegurança alimentar, e aos até 160.000 militares ativos com dificuldades em alimentar suas famílias, em vez de "criarem mais inimigos estrangeiros imaginários".