Segundo informa o jornal Japan Times, o medicamento está sendo elaborado por uma equipe de cientistas do Instituto Metropolitano de Ciências Médicas em Tóquio, liderada pelo professor Michinori Kohara.
Eles tomaram como base uma vacina contra varíola, criada no século XVIII na Grã-Bretanha e que foi aplicada no Japão até 1976. A ideia principal dos cientistas é introduzir a proteína S do SARS-CoV-2 no vírus recombinante da vacina contra varíola.
Em experimentos com ratos, os especialistas utilizaram um gene de uma gripe aviária altamente patogênica. Os resultados mostraram que após 20 meses os animais vacinados registravam um alto nível de anticorpos. Eles também sobreviveram após a introdução do vírus, enquanto os ratos não vacinados morreram. O artigo nota que 20 meses é a duração média de vida dos roedores.
"As características deste imunizante mostraram que ele pode induzir anticorpos e prover imunidade vitalícia. Uma dose assegura sua eficácia por mais de 20 meses, nenhuma outra vacina tem efeitos similares", disse Kohara em entrevista ao jornal.
Além disso, o protótipo da vacina anticoronavírus testado em Macaca fascicularis protegeu os primatas contra pneumonia, enquanto a concentração do vírus em seus pulmões era menor que a taxa que é observada neles sete dias após a infecção.
Agora, aproximadamente no ano de 2023, a empresa Nobelpharma planeja realizar as fases I e II dos testes clínicos com participação de 150 a 200 voluntários, inclusive já recuperados e completamente vacinados com outros imunizantes.
Segundo as palavras do professor, além da resposta imune duradoura, mais uma vantagem da nova vacina é que pode ser conservada por muito tempo em forma seca em temperatura ambiente.