A situação está acontecendo na província canadense de Nova Brunswick, que fica no leste do Quebec. Um funcionário de uma das redes de saúde da região, a rede Vitalité, que não quis se identificar, deu uma entrevista ao The Guardian confirmando os sintomas registrados nos jovens e fazendo um alerta para um possível aumento de casos.
Entre os sintomas relatados pela fonte estão a rápida perda de peso, insônia, alucinações, dificuldade de pensar e se locomover.
"Eu estou realmente preocupado com esses casos porque eles parecem estar evoluindo muito rapidamente. Me preocupo com eles [os pacientes] e acho que devemos dar algum tipo de explicação", disse a fonte do The Guardian.
O número oficial de casos da misteriosa doença neurológica foi divulgado oficialmente nos primeiros meses de 2021, após um comunicado vazar na Internet, mas fontes citadas pelo jornal The Guardian afirmam que diversos casos vêm sendo acobertados pelo governo local e diagnosticados como Alzheimer, ou outras doenças neurológicas, e que na verdade o número já poderia ultrapassar os 150.
Como muitos dos afetados são jovens, um especialista ouvido pelo The Guardian, em anonimato, afirmou que esses casos não são uma coincidência e que "tentativas do governo local de justificar o agrupamento desses casos como diagnósticos errados" não faria sentido.
Em outubro do ano passado, outro comunicado anunciou a morte de oito pessoas em Nova Brunswick, sem um diagnóstico claro, o que muitos acreditam ter sido causado pela misteriosa doença.
Outro fator preocupante é a falta de informação sobre a transmissibilidade da doença. Já foram registrados nove casos em que ao menos duas pessoas em contato com os pacientes começaram a desenvolver sintomas semelhantes.
"Continuamos dizendo aos pacientes que o nosso país está na retaguarda nos ajudando e que testes serão feitos para que possamos entender o que está acontecendo. Falamos para eles que vamos acabar por entender essa situação para poder ajudá-los. Mas até agora, nada disso aconteceu. Porém, eles precisam da gente", lamentou o funcionário da Vitalité.