Panorama internacional

Presidente do México volta a oferecer asilo a Julian Assange pedindo 'atitude humanitária' aos EUA

Desde janeiro de 2020 que Manuel López Obrador, presidente do México, tem expressado a possibilidade de acolher o fundador da organização de denunciantes WikiLeaks.
Sputnik
O presidente do México reiterou na segunda-feira (3) sua vontade de acolher Julian Assange, ativista do WikiLeaks, que foi condenado à extradição para os EUA.
"Expusemos nossa posição, e estamos dispostos a oferecer asilo a Assange no México. Consideramos que o governo dos EUA deve atuar com humanismo. Assange está doente e seria uma demonstração de solidariedade, de fraternidade, lhe permitir receber asilo no país em que Assange decidisse viver, incluindo o México", garantiu o chefe de Estado mexicano durante coletiva de imprensa.
Segundo Obrador, as leis mexicanas asseguram que Assange não poderá intervir em assuntos no exterior, caso receba asilo, e revelou que nos últimos dias da administração do ex-presidente norte-americano Donald Trump (2017-2021) ele mandou uma carta ao mandatário dos EUA.
Presidente do México, López Obrador diz que considera oferecer asilo político para Julian Assange
"Antes de terminar a administração do presidente Donald Trump eu lhe enviei uma carta pedindo que [...] o perdoasse", contou.
"Enviei essa carta. Não teve resposta. No entanto, me ofereço para a tornar pública hoje, e reafirmo o compromisso do México de a cumprir oferecendo asilo e pedindo ao governo dos EUA uma atitude humanitária."
Desde janeiro de 2020 que Obrador tem defendido sua intenção de dar asilo ao fundador do WikiLeaks.

Caso da WikiLeaks

Julian Assange é acusado por Washington de publicar através do WikiLeaks milhares de documentos militares secretos e correspondência diplomática sobre as atividades dos EUA nas guerras do Iraque e Afeganistão, que segundo ele revelam corrupção e crimes de Washington.
Após passar anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, Reino Unido, que lhe ofereceu asilo diplomático contra ameaças de prisão, essa imunidade foi finalmente retirada em 2019 por Quito, permitindo que a polícia britânica o prendesse. Desde então, ele tem estado em prisão preventiva e alvo de um processo criminal, com muitos relatos de tratamento duro.
Em 4 janeiro de 2021, a juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal de Londres, negou a extradição de Assange aos EUA. No entanto, o processo acabou sendo transferido à Suprema Corte de Londres, e em 10 de dezembro, Timothy Holroyde, juiz da mais alta instância, decidiu prosseguir com a extradição. No entanto, o processo continua, depois que a equipe do denunciante australiano pediu recurso.
Comentar