Cerca de 20 pessoas morreram em confrontos neste domingo (2) entre dissidentes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e membros do ELN (Exército de Libertação Nacional) no departamento colombiano de Arauca, na fronteira com a Venezuela.
Segundo informações do jornal El Espectador, atos violentos foram registrados em pelo menos quatro municípios da região. Dados preliminares indicam que quatro pessoas perderam a vida em um vilarejo às margens do rio Arauca, no município de Saravena, e outras duas em um povoado de Arauquita. Nos municípios de Fortul e Tame já foi estimado um total de 10 assassinatos.
Enquanto isso, a Rádio Caracol lembra que o número total de mortos nos confrontos ainda não foi confirmado, mas diz que possa estar entre 20 e 22 pessoas. A mídia também detalha que ações armadas foram relatadas tanto em território colombiano quanto em áreas de fronteira dentro da Venezuela.
O prefeito do município de Arauquita, Etelivar Torres, repudiou enfaticamente os ataques das últimas horas e destacou que eles têm gerado "estupor, medo e ansiedade" entre a população. Ele também sugeriu que o governo nacional, as organizações internacionais de direitos humanos e a Igreja busquem alternativas de "diálogo e resolução".
Prefeito de Arauquita repudia a situação de ordem pública e apela às organizações humanitárias. Por meio de nota, o prefeito do município de Arauquita, Etelivar Torres Vargas, repudiou a situação de ordem pública que se vive neste
Enquanto isso, o representante municipal de Tame, Juan Carlos Villate Camargo, se dirigiu em nota ao ELN, às FARC e aos grupos armados organizados (GAO) para "respeitarem a vida da população civil" e destacou a crise humanitária em que vivem as áreas rurais. "Exigimos urgentemente a criação de corredores humanitários seguros, para que a população civil possa deixar seus territórios, bem como a disponibilização de abrigos decentes para atender a mais de 2.000 pessoas que manifestaram vontade de deixar o território para proteger suas vidas e a de suas famílias", enfatizou Villate Camargo.
Apelo aos violentos do representante de Tame ante conflito armado. Juan Carlos Villate, representante do município de Tame, fez o apelo aos atores do conflito armado ELN–dissidentes das FARC no departamento de Arauca
"Solicita-se à força pública disposição para proteger a vida da população civil que hoje é afetada pelo confronto entre as duas organizações armadas", disse a Representação Municipal de Fortul em uma carta.
Declaração da Representação do Município de Fortul-Arauca, sobre os acontecimentos ocorridos hoje, 2 de janeiro, neste setor
A Missão de Apoio ao Processo de Paz na Colômbia da Organização dos Estados Americanos (MAPP/OEA) também expressou seu repúdio à tragédia e reiterou a necessidade de os grupos armados ilegais respeitarem o Direito Internacional Humanitário e os convida a "deixar a população civil de fora do conflito".
Repudiamos veementemente os confrontos entre grupos armados ilegais em Arauquita, Fortul, Saravena e Tame Arauca. Pedimos que esses grupos respeitem o Direito Internacional Humanitário (DIH), coloquem em prática os mínimos humanitários e deixem a população civil fora do conflito armado