Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, compartilhou sua visão sobre a nova Guerra Fria e o lugar da França, durante entrevista à rádio France Inter, nesta segunda-feira (3).
O político disse que o país deve contribuir para os esforços de diminuição da tensão internacional, em vez de seguir Washington em uma nova Guerra Fria contra a Rússia e a China.
Ele explicou que a retirada da OTAN permitiria à França não ser arrastada "para as aventuras militares dos norte-americanos".
"Sou a favor de abandonar a OTAN. Precisamos de uma desescalada [da situação]. Se deixarmos a OTAN, não seremos arrastados para a lógica da Guerra Fria que os americanos mantêm com a Rússia e a China", afirmou.
Segundo ele, Moscou é parceira da nação francesa e não adversária. Foi o Ocidente que levou o bloco da OTAN ao atual confronto com o lado russo, violando suas promessas sobre a expansão da aliança para leste.
"A Rússia é um país parceiro. Não concordo em fazer dela um inimigo. Trouxemos dez países de leste para a OTAN, o que foi visto como uma ameaça pela Rússia. Em particular, quando implantamos sistemas antimísseis na Polônia", escreveu ele no Twitter.
O político ainda expressou sua oposição em relação aos planos de adesão da Ucrânia à OTAN. Tal passo comprometeria ainda mais a situação de segurança na Europa e inevitavelmente seria encarado por Moscou como uma nova "ameaça".
O político anunciou que pretende concorrer à presidência da França nas próximas eleições em abril. Durante a última eleição em 2017, Mélenchon obteve cerca de 20% dos votos no primeiro turno, não tendo conseguido chegar ao segundo turno.