"AUKUS, e especialmente o acordo trilateral sobre o desenvolvimento de submarinos nucleares, é um assunto muito sério. A essência do problema é que, se o plano for executado, isso significará que os EUA e o Reino Unido, sendo dois Estados com armas nucleares, entregarão à Austrália, que não é um Estado nuclear, urânio de qualidade militar", disse diplomata chinês.
Ele sublinhou que o atual sistema de salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU não fornece quaisquer meios para verificar que a Austrália não utilizará materiais relevantes para o desenvolvimento de armas nucleares.
"Por isso, a China, em conjunto com muitos outros países, está extremamente preocupada com essa cooperação", assinalou Fu Cong, acrescentando que Pequim insiste na criação de uma comissão especial no âmbito da AIEA com base na qual sejam discutidas as implicações jurídicas, políticas e técnicas desta cooperação.
Segundo o diplomata chinês, "essa cooperação trilateral em submarinos nucleares abriria um precedente extremamente negativo".
"Consideramos que isso seria um uso malicioso da brecha no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, e se muitos países o fizerem isso significará o colapso do regime de não proliferação nuclear", concluiu Fu Cong.
Em meados de setembro, após ter se formado a aliança militar AUKUS, a Austrália cancelou um contrato com a França para construir 12 submarinos movidos a diesel avaliado em US$ 66 bilhões (cerca de R$ 369,3 bilhões). Em vez disso, a Austrália optou por submarinos de propulsão nuclear.