Os EUA não têm planos de enviar forças adicionais para a Europa Oriental devido às tensões em torno da Ucrânia e à suposta presença de tropas russas em sua fronteira, afirmou o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, nesta quarta-feira (5).
Segundo ele, para que isso aconteça é preciso cumprir uma das duas condições: ou ocorre uma invasão da Ucrânia pela Rússia ou um dos parceiros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pede o envio de forças adicionais dos EUA. Kirby disse que nada havia acontecido até agora.
"Não houve nenhum pedido de mudança de postura ou pedido de capacidades adicionais por parte dos nossos aliados da OTAN, afirmou.
Kirby elaborou o assunto ao responder a uma pergunta sobre os planos de contingência de Washington que visam apoiar seus parceiros da OTAN no caso de a Rússia tomar ações agressivas contra a Ucrânia - algo que Moscou repetidamente descartou. O porta-voz do Pentágono se recusou a especular sobre quais tropas poderiam ser enviadas se a "invasão" ocorresse.
O Conselho de Segurança Nacional dos EUA revelou anteriormente que Washington discutiu com a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia possíveis punições que poderiam ser impostas à Rússia caso ela invadisse a Ucrânia. As especulações sobre a possível "invasão" têm circulado pelos EUA e oficiais de outros países membros da OTAN desde que alegações surgiram no ano passado na mídia de que a Rússia havia reunido tropas perto da fronteira com a Ucrânia.
O Kremlin rejeitou em várias ocasiões quaisquer alegações de que planeja invadir seu vizinho e enfatizou que não representa uma ameaça para nenhum país. A Rússia ressaltou que tem o direito de mover as tropas do país dentro de suas próprias fronteiras conforme achar apropriado. Uma parte significativa das tropas designadas a oeste do país foi retirada em dezembro de 2021, depois que os exercícios militares ali foram concluídos, com um cenário semelhante ocorrendo na primavera do mesmo ano, que também incluiu a histeria na mídia dos EUA.
Moscou ressaltou ainda que as tropas do país permanecem em seu próprio território, ao contrário das forças da OTAN que têm se aproximado gradualmente das fronteiras da Rússia e até mesmo tentando violar seu espaço aéreo durante voos de patrulha de rotina da aviação militar.
As tensões em torno da Ucrânia levaram o presidente russo Vladimir Putin e seu par norte-americano Joe Biden a realizar várias rodadas de conversas virtuais em dezembro de 2021 para discutir assuntos diversos. Essas questões incluíam alegações da planejada invasão russa na Ucrânia e a expansão da OTAN para o leste em direção às fronteiras da Rússia. Os dois presidentes também concordaram em manter conversas extensas sobre segurança em janeiro de 2022 para lidar com as tensões em torno da Ucrânia, incluindo os planos da OTAN de convidá-la para a aliança e enviar tropas para perto das fronteiras da Rússia - algo que Vladimir Putin descreveu como uma ameaça direta a segurança nacional do país.