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Brasil ficará sem dados de desmatamento no Cerrado a partir de abril

Fogo consome grande área de Cerrado às margens da via Estrutural, em Brasília (DF), enquanto tenta-se apagá-lo com água (foto de arquivo)
Por falta de verba, o Inpe desmobilizou sua equipe de monitoramento do Cerrado e os dados sobre o bioma devem ser mantidos apenas até abril. O projeto deve ser descontinuado.
Sputnik
Nem mesmo a crise sem precedentes que assolou o Cerrado em 2021, com recordes de queimadas e desmatamentos, foi capaz de sensibilizar as autoridades ambientais no Brasil.
Nesta quinta-feira (6), o portal G1 noticiou que o Brasil ficará sem referências sobre os dados de desmatamento no Cerrado a partir de abril.
Por falta de verba, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desmobilizou a equipe de pesquisadores focados no monitoramento do bioma. O projeto provavelmente será descontinuado.
Embora se saiba que o monitoramento é essencial para a tomada de ações na preservação do bioma, o Brasil não terá nenhuma ferramenta para medir o desmatamento no Cerrado.
Vista aérea de plantações ao lado do Cerrado, no município de Formosa do Rio Preto, Bahia
Vista aérea de plantações ao lado do Cerrado, no município de Formosa do Rio Preto, Bahia. Foto de arquivo
De acordo com o Inpe, a verba que mantinha a equipe de monitoramento do Cerrado se encerrou em 31 de dezembro, e o órgão não tem orçamento para continuidade do programa. Para manter a equipe e o projeto de pé, seriam necessários ao menos R$ 2,5 milhões ao ano.
Segundo o balanço mais recente divulgado pelo Inpe, divulgado em dezembro, o desmatamento no Cerrado aumentou 7,9% entre agosto de 2020 e julho de 2021, alcançando a marca de 8.531 km². A extensão corresponde a cinco vezes a cidade de São Paulo.
O Cerrado concentra oito nascentes das 12 bacias mais importantes para o consumo de água e geração de energia no país.
Na região da bacia do rio Paraná, que abastece a usina de Itaipu, o Cerrado responde por quase 50% de toda a vazão.
Funcionários monitoram um acero na tentativa de controlar um foco de incêndio na fazenda Santa Tereza, na região da Serra do Amolar, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Cerca de 60% da fazenda foi consumida pelo fogo, outubro de 2020
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