A reunião de segurança foi motivada pela escalada em torno da Ucrânia e pelas preocupações expressas pelo Kremlin de que o país pudesse se juntar à OTAN, levando ao destacamento de tropas da aliança nas fronteiras da Rússia.
O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, afirmou que o bloco não sacrificará, sob nenhuma circunstância, seu princípio básico de que qualquer país pode escolher suas próprias alianças de defesa. Stoltenberg enfatizou ainda que a aliança não pode aceitar a ideia de criar aliados de "segunda classe" por capricho da Rússia.
"Estamos prontos para nos engajar no controle de armas com a Rússia, convencionais e nucleares, mas isso tem que ser recíproco. Isso é diferente [de] impor restrições unilaterais [...] não podemos acabar em uma situação em que tenhamos membros da OTAN de segunda classe em que a OTAN, como aliança, não tenha permissão para protegê-los".
As declarações do secretário-geral vêm antes da próxima reunião de segurança entre a OTAN e a Rússia em 12 de janeiro. A reunião vai acontecer poucos dias depois dos diálogos de segurança entre Moscou e Washington e deve abordar as questões sobre as tensões em torno da Ucrânia, segurança na Europa e expansão da OTAN para o leste.
'Risco real' de conflito na Ucrânia
O chefe da OTAN passou a discutir a situação em relação à Ucrânia, alegando que uma escalada militar continua no lado russo da fronteira. O Kremlin informou anteriormente que uma parte significativa das tropas estacionadas à oeste do país já havia partido após participar de jogos de guerra de rotina.
Segundo Stoltenberg, a situação continua tensa na fronteira entre Rússia e Ucrânia e que ainda existiria um risco "real" de invasão russa ao território vizinho. O Kremlin anteriormente rejeitou repetidamente todas as alegações de que planeja invadir a Ucrânia, chamando tais alegações de "falsas" e direcionadas a desacreditar a Rússia.
"O risco de conflito é real. As ações agressivas da Rússia prejudicam seriamente a ordem de segurança na Europa", afirmou Stoltenberg.