Panorama internacional

Forças dos EUA vão continuar no Iraque apesar do fim da missão de combate, diz ex-embaixador

No mês passado os EUA declararam o fim da sua "missão de combate" no Iraque, mas ainda não anunciaram planos para levar a cabo a vontade do parlamento iraquiano de retirar as suas tropas por completo.
Sputnik
Assim, no país do Oriente Médio ainda permanecem 2.500 soldados americanos, que se afirma estarem no Iraque para "aconselhar, ajudar e capacitar" as forças de segurança locais.
As tropas dos EUA não vão se retirar do Oriente Médio, incluindo do Iraque, disse Robert Ford, ex-embaixador americano na Síria e na Argélia em uma entrevista ao jornal saudita Asharq al-Awsat. Ele sublinhou que seria ridículo pensar que Washington tomaria tal decisão nos próximos anos.

"As forças americanas não deixarão a Síria e o Iraque em um futuro próximo. Os americanos estão mantendo suas bases na região do golfo [Pérsico] em países como o Kuwait, Bahrein, Catar, e Emirados Árabes Unidos. Ao mesmo tempo, a Marinha americana continua operando no [golfo Pérsico] e perto da península Arábica", disse Ford.

O diplomata salientou ainda que nenhum dos dois últimos presidentes dos EUA cumpriu o seu compromisso de retirar as tropas do Oriente Médio. Ford observou que é improvável que a situação mude nos próximos anos, embora tenha chamado a recente declaração de acabar com a "missão de combate" no Iraque de algo "novo".
Ao mesmo tempo, o ex-embaixador americano sugeriu que a influência da Rússia e da China crescerá na região, notando que os EUA "não são mais a única superpotência" e que a Casa Branca está agora buscando formas de compartilhar a "responsabilidade pela estabilidade" com aliados regionais.
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A previsão de Ford coincide com os avisos de vários líderes de milícias no Iraque, que dizem que a declaração de acabar com a "missão de combate" não muda nada e que as tropas estrangeiras, inclusive dos EUA, continuarão presentes no país.
Os militares americanos também permanecem na Síria, onde haviam sido ilegalmente implantados sem um mandato do Conselho de Segurança da ONU ou a permissão de Damasco.
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