Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por cientistas do Instituto Max Planck de Astronomia, detectou a maior estrutura da Via Láctea conhecida até agora.
Trata-se de um filamento gigantesco de hidrogênio, batizado de Maggie, que se encontra a aproximadamente 55 mil anos-luz da Terra e foi formado há mais de 13 bilhões de anos.
Os astrônomos calcularam o tamanho desse enorme filamento graças ao satélite Gaia da Agência Espacial Europeia.
O filamento Maggie mede 3.900 anos-luz de comprimento e 130 anos-luz de largura, e está localizado paralelamente ao disco da galáxia, revelou a equipe em um estudo publicado na revista Astronomia e Astrofísica.
O coautor Juan Soler encontrou a primeira pista deste objeto há um ano e foi ele quem batizou o filamento em homenagem ao rio Magdalena, o maior da Colômbia, seu país de origem.
"O Maggie já era reconhecível nas avaliações anteriores dos dados. No entanto, este estudo prova, sem dúvidas, que é uma estrutura coerente", afirmou Soler.
De acordo com os pesquisadores, a recente descoberta contribui para uma visão mais detalhada da distribuição do hidrogênio atômico no interior da Via Láctea.
Seu estudo forneceu mapas com uma resolução espacial nunca obtida, assim como dados sobre a velocidade a que o gás se desloca.
"O hidrogênio é a principal substância para formar novas estrelas [...] Além disso, é o elemento químico mais comum no Universo. Segue em aberto a questão de saber como este gás se acumula para se converter em nuvens", explicaram os cientistas.
"As galáxias são sistemas dinâmicos complexos e é difícil obter novas pistas [...] Os arqueólogos reconstituem as civilizações a partir de ruínas das cidades. Os paleontólogos reconstroem antigos ecossistemas a partir de ossos de dinossauros. Nós reconstruímos a história da Via Láctea utilizando as nuvens de hidrogênio", afirmou o pesquisador.