A equipe forneceu em seu recente estudo, publicado na revista Journal of Archaeological Science, uma possível explicação de outros arqueólogos não terem detectado nenhum caso parecido antes.
Depois de uma análise detalhada do corpo e uma série de testes, os cientistas supuseram que as substâncias químicas utilizadas na antiguidade para embalsamar dissolveram os ossos do feto.
Assim, os restos de seu esqueleto se tornaram indetectáveis para os raios X, o que pode ter ocorrido com muitas outras múmias femininas encontradas anteriormente. Dessa forma, os pesquisadores teriam ignorado outros casos de mulheres que morreram grávidas.
Inicialmente, acreditava-se que os restos pertenciam a um sacerdote, porém, em 2016 exames tomográficos estabeleceram que se tratava de uma mulher.
Por sua vez, as análises radiológicas posteriores revelaram que a mulher faleceu quando tinha entre 20 e 30 anos de idade, enquanto se encontrava entre 26 e 30 semanas de gestação.
O autor principal do estudo, Wojciech Ejsmond, afirmou que, à medida que o corpo se decompõe, ele começa a acidificar de forma natural.
Quando o ambiente ácido alcançou o feto morto, os ossos se dissolveram quase que completamente. Os minerais, produto dessa reação química, dispersaram-se e se perderam na água que seguia no útero.
No entanto, os ossos da mãe não se dissolveram porque no processo de mumificação era utilizado natrão para secar o corpo e este procedimento fazia com que os minerais permanecessem em seu lugar, pelo que os ossos da múmia adulta se conservaram.