Panorama internacional

Embaixador da Ucrânia insta Alemanha a impor 'medidas punitivas' à Rússia e abandonar Nord Stream 2

Berlim deve abandonar o projeto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) como uma das medidas "duras" que devem ser tomadas pelo Ocidente coletivo contra a Rússia para evitar o agravamento da crise na Ucrânia, disse Andrei Melnik, embaixador ucraniano na Alemanha.
Sputnik
"Para evitar uma nova invasão russa, nossos parceiros na Europa e nos EUA teriam que tomar medidas punitivas preventivas muito duras contra Moscou antes que Putin estenda sua intervenção militar, e não depois, quando for tarde demais", disse Melnik nesta segunda-feira (10) aos jornalistas do grupo de mídia alemão Funke.
"O abandono definitivo do gasoduto Nord Stream 2 deveria fazer parte deste pacote", acrescentou diplomata.
Melnik não esclareceu o que a Alemanha – que depende de gás natural para mais de um quarto do seu consumo total de energia e que tem enfrentado uma demanda crescente de combustíveis fósseis limpos após a redução da dependência do carvão e da energia nuclear – teria a ganhar com o desmantelamento do Nord Stream 2.
Em sua entrevista à mídia alemã, Melnik também instou Berlim para abandonar o seu veto "absolutamente repreensível" sobre a entrega de novas armas para Kiev.
"Temos todo o direito à autodefesa", disse embaixador ucraniano. "Apenas um incremento imediato no fornecimento de armas defensivas à Ucrânia para aumentar a sua capacidade de defesa constituiria uma verdadeira mudança do jogo", sugeriu.
Melnik tentou ainda culpar a Alemanha por sua responsabilidade histórica na Segunda Guerra Mundial, sugerindo que Berlim tem o mesmo tipo de obrigação de ajudar a Ucrânia hoje como quando teve de ajudar Israel – que recebeu bilhões de dólares em assistência de compensação ao longo de décadas.
"A Alemanha tem a mesma responsabilidade histórica pela Ucrânia que tem por Israel. Portanto, em Kiev espera-se que o apoio militar maciço da Alemanha aumente o preço do ataque iminente de Putin e o impeça", comentou Melnik.
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Recentemente, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a situação continua tensa na fronteira entre a Rússia e Ucrânia e que ainda existiria um risco "real" de invasão russa ao território vizinho. Anteriormente o Kremlin rejeitou repetidamente todas as alegações de que planeja invadir a Ucrânia, chamando tais acusações de "falsas" e direcionadas a desacreditar a Rússia.
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