Ciência e sociedade

Mais um mito: vikings não usavam capacetes com chifres, descobre estudo (FOTOS)

Uma equipe de pesquisadores na Dinamarca estudou capacetes antigos encontrados com chifres, comumente representados como tendo pertencido aos vikings, e os datou de muitos séculos antes destes surgirem.
Sputnik
Os chifres nos capacetes dos vikings, frequentemente exibidos em retratos dos guerreiros que originaram no norte da Europa, pertenciam realmente a uma cultura anterior, concluiu um estudo publicado na revista Praehistorische Zeitschrift.
Com base em dois achados prévios, uma equipe de arqueólogos liderada por Helle Vandkilde datou o período de proveniência dos chifres em vários séculos antes do período de expansão dos vikings, segundo artigo publicado na quinta-feira (6) no portal Live Science.
Em 1942 um homem encontrou dois capacetes de bronze com chifres em Vikso, Dinamarca, que foram datados aproximadamente da Idade do Bronze nórdica, entre 1750 a.C. e 500 a.C.
Muito mais tarde, em 2019, uma pesquisadora que se preparava para os fotografar no Museu Nacional da Dinamarca, onde são conservados esses capacetes, descobriu alcatrão de bétula em um dos chifres, o que permitiu seu estudo por radiocarbono para os datar.
Os capacetes de Vikso, Dinamarca, de chifres elaborados, têm sido associados com os vikings medievais. No entanto, um novo estudo fixa sua proveniência em 900 a.C., mais de um milénio antes do surgimento dos vikings
Assim, as pesquisadoras concluíram que os capacetes foram depositados em um pântano por volta de 900 a.C.
"Por muitos anos, na cultura popular as pessoas associaram os capacetes Vikso com os vikings. Mas na realidade é uma bobagem. O tema de chifres é da Idade do Bronze, e pode ser rastreado ao Oriente Próximo antigo", explicou Vandkilde.
Como cita o Live Science, os chifres nunca foram usados em batalha, que na Escandinávia da Idade do Bronze era realizada sem capacetes ou apenas com exemplos rudimentares.
"Eles nunca foram usados em batalha", contou a líder da pesquisa, e teorizou que os chifres provavelmente eram usados como símbolos de autoridade em uma época em que a região estava se tornando mais politizada e centralizada.
"Esses líderes devem ter usado crenças religiosas e traços inovadores, como os chifres, para aumentarem seu poder", segundo Helle Vandkilde.
A ideia de os vikings usarem chifres em capacetes se deve principalmente à ópera alemã "O Anel do Nibelungo" de 1876, cujo design do figurino foi produzido por Carl Emil Doepler. Também no séc. XIX, artistas escandinavos como o sueco Gustav Malstrom representaram várias vezes os vikings usando esses chifres.
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