Os cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) explicaram que dois estagiários do ensino fundamental, Ginevra Zaccagnini e Jackson Codd, foram os que perceberam que havia algo de diferente com os registros de rádio feitos na década de 1980 pelo observatório norte-americano Karl G. Jansky no estado do Novo México.
A partir daí, os pesquisadores passaram a olhar para outros dados de rádio da época, na esperança de encontrar mais informações sobre o fenômeno.
Não é raro encontrar registros de buracos negros absorvendo estrelas, os chamados eventos de perturbação de marés (TDE, na sigla em inglês), o que chama atenção na nova pesquisa é a data. Poucas descobertas semelhantes foram feitas com as tecnologias de rádio dos anos 1980.
O grupo de astrônomos continuou então o estudo em busca do objeto misterioso J1533+2727, e durante a pesquisa, descobriram que o observatório de Green Bank, na Virgínia Ocidental, também o observava até o ano de 1988, quando um telescópio de 90 metros parou de funcionar.
Ao reunir todos esses dados, o time de cientistas chegou à conclusão de que o J1533+2727 era um buraco negro supermassivo, e o fato dele aparecer com brilho intenso nos registros entre 1986 e 1987 era justamente por conta da absorção de uma estrela a cerca de 500 milhões de anos-luz da Terra.
"Encontrar mais desses TDE registrados por rádio pode nos ajudar a esclarecer os mistérios em andamento sobre quais tipos de galáxias eles [eventos de perturbação de marés] ocorrem e quantos existem no Universo", explicou uma das autoras do projeto, a cientista Hannah Dykaar da Caltech.