Embora se saiba que os tigres estejam ameaçados de extinção, com menos de 5.000 desses animais vivendo em estado selvagem, o comércio ilegal de partes de tigres, principalmente para fins medicinais, é fundamental para o declínio da espécie.
Ainda assim, uma pesquisa publicada na Conservation Science and Practice aponta que San Francisco, Dallas e Atlanta, nos Estados Unidos, são os principais pontos de entrada desses produtos ilegais.
"As pessoas nos EUA têm essa falsa noção de que o comércio ilegal de partes de tigres está a meio mundo de distância. Na realidade, nós nos EUA estamos envolvidos e conduzindo uma grande parte do comércio ilegal", disse a principal autora, Sarika Khanwilkar.
Estudos anteriores sobre os padrões de tráfico de tigres se concentravam principalmente em 13 países asiáticos, com pouca pesquisa nos EUA. O novo estudo investigou a extensão e os atributos das partes de tigres que entraram em território norte-americano entre 2003 e 2012.
Os pesquisadores revelaram 292 apreensões que entraram ilegalmente nos EUA durante esses anos, indicando que a escala do comércio pode ter sido subestimada, dada a dificuldade de rastreio pela Internet.
A China tem sido e continua sendo o principal destino e maior consumidor de partes de tigres, mas os novos dados mostram que as apreensões de importação dos EUA representam quase metade (46,8%) das apreensões globais.
Tigre em parque na Malásia. Foto de arquivo
Os pesquisadores constataram que, dos 65,8% das peças apreendidas com procedência conhecida, 99,5% vieram de tigres selvagens. A maioria dos produtos apreendidos foi importada da China e do Vietnã (34,2% e 29,5%, respectivamente).
No entanto, a falta de dados sobre o país de origem (que pode ser diferente do país de exportação) tornou difícil determinar as rotas do tráfico ou entender onde os tigres selvagens foram caçados para abastecer o comércio.
Os autores propõem várias maneiras de monitorar melhor a origem e as rotas de tráfico para melhorar a política, a aplicação e, finalmente, contribuir para a conservação dos tigres selvagens.
Eles recomendam o uso de análise forense de DNA para determinar a origem e a fonte (selvagem versus em cativeiro) das partes de tigre comercializadas ilegalmente. Descobrir de onde vieram essas partes de tigre forneceria orientação sobre onde concentrar os esforços de conservação.