Panorama internacional

Grupos protestam chegada de novo submarino nuclear dos EUA à Noruega

As organizações Não a Navios Movidos a Energia Nuclear e os Jovens Vermelhos manifestaram seu desagrado pela chegada do USS Washington ao porto de Tromso, que dizem tornar a Noruega mais insegura.
Sputnik
Manifestantes protestaram na terça-feira (11) a chegada do submarino nuclear USS Washington ao porto de Tromso, norte da Noruega, citando perigos vindos da tecnologia usada e de seu significado geopolítico, relata a emissora NRK.
O submarino dos EUA é armado com mísseis de cruzeiro e tem o objetivo de patrulhar as águas setentrionais, de onde saem submarinos da Rússia.
Submarino nuclear dos EUA faz escala em Tromso para coletar suprimentos
Hakon Elvenes, da organização Não a Navios Movidos a Energia Nuclear, crê que os submarinos nucleares norte-americanos não deviam poder atracar na Noruega, mostrando preocupação com o efeito simbólico de sua presença no país.
"Isto representa uma mistura perigosa de propósitos militares e civis. É uma mistura que pode estar em conflito com a lei internacional, e que não tem sido avaliada bem o suficiente pelas autoridades norueguesas. Há sempre um risco de que algo pode acontecer a qualquer reator nuclear, temos muitos exemplos disso, e se algo acontecer primeiro, as consequências serão grandes", argumentou ele.
Os Jovens Vermelhos, a ala juvenil do Partido dos Vermelhos, apoiam a ideia. Seu líder, Alberta Bekkhus, acredita que a política da OTAN é agressiva e provocativa contra a Rússia, que a Noruega ajuda a inflamar o conflito sediando embarcações dos EUA, e que isso torna o próprio país europeu mais inseguro.
"É absolutamente correto criticar a Rússia por muito do que faz, mas pensamos que não faz sentido falar apenas da Rússia, quando o Ocidente e a Noruega também têm estado envolvidos na criação deste conflito", detalhou ela sua posição à NRK.
Assim, Bekkhus criticou o Acordo de Cooperação de Defesa Suplementar americano-norueguês, assinado em abril de 2021, que permite a criação de "áreas acordadas" em bases militares da Noruega que poderiam ser usadas não só pelo país, mas também por forças aliadas da OTAN, incluindo os EUA, e também abre a porta a Washington criar sua própria infraestrutura, paga pelos EUA, mas detida pelo país europeu.
Em maio de 2021 uma semelhante visita por um submarino nuclear norte-americano a Tromso provocou protestos locais, que apontaram a falta de especialistas e equipamento para combater um possível acidente com vazamento radioativo, o que poderia levar a uma crise mortal de saúde pública, bem como à poluição ambiental.
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