Ciência e sociedade

Inédito: astrônomos descobrem planeta em formato ovalado

O planeta ovalado é conhecido como WASP-103b e os cientistas acreditam que ele tenha ganhado essa forma por conta da grande força gravitacional exercida por sua estrela.
Sputnik
A intrigante descoberta foi feita por uma equipe internacional de cientistas, com a ajuda do telescópio espacial "caçador de planetas" CHEOPS (CHaracterising ExOPlanet Satellite) da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), e publicada nesta terça-feira (11).
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O planeta é um antigo conhecido da comunidade científica, já tendo sido observado inclusive pelo telescópio Hubble, mas somente agora, com a publicação deste novo estudo, é que detalhes sobre sua forma e composição foram divulgados.
O WASP-103b está localizado na constelação de Hércules, a mais de 1.500 anos-luz de distância da Terra. O gigante planeta tem quase o dobro do tamanho de Júpiter e está cerca de 50 vezes mais próximo de sua estrela do que o nosso planeta está do Sol.

"Devido a sua grande proximidade com sua estrela, nós já suspeitávamos que existiam marés muito grandes no planeta. Mas ainda não tínhamos sido capazes de verificar isso", disse um dos autores do estudo, Yann Alibert, professor da Universidade de Berna, Suíça, em entrevista ao site da instituição.

De acordo com os cientistas, a localização do planeta é o que justifica a sua forma oval. A grande força de maré exercida por tamanha proximidade com sua estrela, aliada a uma órbita de apenas 24 horas, acabam por deformar o WASP-103b.
"Depois de observar vários dos chamados 'trânsitos', conseguimos medir a deformação. É incrível que tenhamos conseguido fazer isso, é a primeira vez que uma análise desse tipo é realizada", explica Babatunde Akinsanmi, pesquisador da Universidade de Genebra e coautor da pesquisa.
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O próximo desafio dos astrônomos agora é descobrir qual é a composição do WASP-103b. A expectativa é que ele seja semelhante ao nosso gigante gasoso Júpiter, mas para comprovar essa teoria os cientistas ainda vão precisar de mais tempo de estudo.
"Isso [futuro estudo] melhoraria nossa compreensão desses chamados 'Júpiteres quentes' e permitiria uma melhor comparação entre eles e os planetas gigantes do Sistema Solar", explicou Monika Lendl, da Universidade de Genebra, outra pesquisadora envolvida na pesquisa.
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