Usando um software específico para analisar imagens em alta definição dos mosquitos, os cientistas foram capazes de chegar à conclusão de que os insetos infectados com dengue são mais efetivos na hora de transmitir doenças.
"Como uma análise muito completa do comportamento alimentar não é viável na natureza, foi importante construir um modelo de laboratório de alimentação de mosquitos para poder inspecioná-los de perto", explicou Adam Claridge-Chang, um dos autores do estudo e professor estudo da UniversidadeDuke-NUS, em Singapura.
Analisando todos os dados, os cientistas perceberam que os mosquitos com dengue têm mais dificuldade de encontrar vasos sanguíneos em suas vítimas. Assim eles precisam de mais tentativas até conseguirem se alimentar, e com isso acabam aumentando a chance de transmissão do vírus.
Os vídeos de alta resolução dos mosquitos se alimentando foram analisados usando um programa de computador que analisou especificamente vários elementos do comportamento dos mosquitos e dos padrões de picadas em determinadas atividades. Análises experimentais e estatísticas subsequentes revelaram que mudanças nos mosquitos com dengue triplicam a eficiência da transmissão.
O estudo foi publicado no jornal acadêmico Proceedings of the National Academy of Sciences e tem o objetivo de superar a limitação de outros estudos para poder ajudar outros cientistas a desenvolverem maneiras mais efetivas de controlar doenças no futuro.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Brasil mostram que em 2021 foram registrados 494.922 casos de dengue no país e 212 mortes.