Ontem, representantes da Rússia e da Aliança Atlântica conduziram conversações pela primeira vez desde 2019.
"É bom que eles estejam conversando uns com os outros. A ministra das Relações Exteriores [alemã] também apontou que a diplomacia desempenha o papel fundamental e é verdade. No entanto, penso que os possíveis resultados não podem ser visíveis em uma perspectiva de curto prazo", observou Kotre.
"Espero que a aproximação gradual prossiga e que a confiança mútua nas relações seja gradualmente restaurada. A Rússia, por assim dizer, ficou presa nas garras após o fim da Guerra Fria. A expansão da OTAN para leste foi realizada apesar dos acordos, a OTAN se aproximou das fronteiras russas, os EUA estabeleceram bases por todo o lado. A Rússia está legitimamente farta disso e tem o direito de insistir para que a OTAN não aceite a Ucrânia", afirmou o político alemão.
O deputado acrescentou que a OTAN e os EUA devem dar garantias de que a aliança militar não se expande mais para leste, já que a Rússia teve uma "experiência negativa".
Ele lembrou a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962, quando a União Soviética abandonou a ideia de implantar armas nucleares ofensivas em Cuba depois que os EUA exigiram isso. Moscou apresentou no mês passado projetos de acordos sobre garantias de segurança à OTAN e aos EUA.
Ontem (12), o secretário-geral da Aliança Atlântica reconheceu, durante as negociações em Bruxelas, Bélgica, que há grandes diferenças nas abordagens dos assuntos geopolíticos entre a Rússia e a OTAN. Ele afirmou, após a reunião do Conselho Rússia-OTAN, que, mesmo com fortes divergências nas posições, que não são fáceis de ultrapassar, foi importante iniciar o diálogo.