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Moro diz que eleger Lula ou Bolsonaro 'é suicídio' e que será candidato para dar fim à 'polarização'

Segundo o presidenciável pelo Podemos, sua candidatura auxiliará a polarização política que tem "dividido os brasileiros entre amigos e inimigos", e que o retorno de Lula ou continuação de Bolsonaro, favorece à corrupção e à falta de confiança, respectivamente.
Sputnik
Nesta sexta-feira (14), o ex-ministro da Justiça e presidenciável, Sergio Moro (Podemos), concedeu uma longa entrevista à revista Veja, na qual fez uma série de declarações em torno do atual presidente e ex-parceiro político, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Lula.
Na interpretação de Moro para as eleições, Bolsonaro é seu principal adversário no primeiro turno e ao comentar sobre seu tempo como ministro no atual governo, o ex-juiz diz que a corrupção nunca foi combatida e que a intenção do mandatário "era se blindar".
"O presidente mente ao falar que acabou a corrupção. Ele não queria combater nada. Queria apenas se blindar, ficar longe do alcance da Justiça. Ele me disse que eu tinha de sair do governo porque não aceitava protegê-lo de investigações", declarou.
Já sobre Lula, Moro acredita que sua volta ao poder seria "um tapa na cara do brasileiro", uma vez que diz à sociedade "que pode roubar à vontade".
"O governo do PT foi baseado em modelos de corrupção. O retorno de Lula ao poder depois dos escândalos do mensalão e do petrolão seria um tapa na cara de todos os brasileiros. Seria dar aval à roubalheira, dizer à sociedade que se pode roubar à vontade."
Ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT) durante evento no Rio de Janeiro (foto de arquivo)
Ainda sobre o Partido dos Trabalhadores, Moro acredita que "um novo governo petista será desastroso" ao mesmo tempo, a atual gestão "é inconfiável".
"O mercado está se enganando se realmente acredita no Lula bonzinho do primeiro mandato. É uma ilusão. Um novo governo petista será desastroso. E do outro lado você tem um governo errático, irracional e inconfiável, que enganou os eleitores ao prometer e não realizar as reformas de que o país precisa."
Sobre sua candidatura, o ex-ministro diz que entrou na corrida presidencial para "romper essa polarização, que tem transformado os brasileiros e dividido as pessoas entre amigos e inimigos", e que se eleito "combater a corrupção é prioritário. As grandes operações policiais serão retomadas, garantindo independência e autonomia à Polícia Federal e ao Ministério Público [...]".
O ex-juiz avalia que sua candidatura é a mais viável da terceira via e disse que não pretende abrir mão dela "em prol de alguém que tem 1%, 2% ou 3%", fazendo um comentário indireto sobre o governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato pelo PSDB.
O governador de São Paulo, João Doria, entrega a medalha Ordem do Ipiranga, no grau Grã-Cruz, ao ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, 28 de junho de 2019
Indagado pela mídia sobre em quem votaria em um cenário hipotético de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, Moro respondeu que "o Brasil não corre o risco de ter essa escolha trágica. Eleger Lula ou Bolsonaro é suicídio".
De acordo com a pesquisa conjunta entre a revista Exame e o Instituto Ideia publicada ontem (13), se as eleições fossem hoje (14), Lula teria 41% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 24%, Moro com 11%, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) com 7% e Doria (PSDB) com 4%.
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