O material teria chegado à região da China através da mediação da elite xiongnu, uma confederação de povos nômades das estepes orientais, aponta o recente estudo publicado na revista Archaeological Research in Asia.
A múmia foi encontrada em 2016 por uma expedição francesa e pelo Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências da Mongólia.
Trata-se de um menino que tinha entre três e seis anos de idade e que viveu entre os séculos I e III d.C. O ritual funerário em si, bem como os raros achados de joias de prata e bronze, permitiram determinar que o túmulo pertence à cultura Bulan-Kobin.
Múmia de uma criança entre 3 e 6 anos encontrada nas montanhas de Altai, na Mongólia
© Foto / Isaline Saunier et al. / Archaeological Research in Asia, 2022
Graças às condições climáticas locais, metade dos sepultamentos desenterrados no local continham fragmentos de têxteis.
O clima seco e o hermetismo do túmulo favoreceram a preservação dos materiais orgânicos, incluindo a vestimenta completa da múmia infantil.
A cultura arqueológica de Bulan-Kobin existiu até meados do primeiro milênio d.C. e recebeu este nome em 1990, após estudos de um complexo funerário na república da Altai, que fica situado na parte das montanhas que pertencem à Rússia.