Arqueólogos da Universidade da Austrália Ocidental descobriram que os habitantes do noroeste da Arábia na primeira metade da Idade do Bronze construíam longas avenidas ligando oásis e pastagens, rodeados por milhares de monumentos funerários.
O professor da Escola de Humanidades da Universidade da Austrália Ocidental (UWA, na sigla em inglês), Matthew Dalton é o principal autor das descobertas, publicadas na revista The Holocene.
"As avenidas funerárias eram as principais redes rodoviárias da época e mostram que as populações que viviam na Península Arábica há 4.500 anos estavam muito mais conectadas social e economicamente do que pensávamos anteriormente", disse Dalton.
Segundo a PhysOrg, usando imagens de satélite e fotografias aéreas, a equipe da UWA foi capaz de determinar o espaço para a escavação, localizando e analisando as avenidas funerárias. As avenidas foram identificadas pelo time em uma área de 160.000 quilômetros quadrados, com mais de 17.800 túmulos (ainda não investigados) registrados em suas principais áreas de estudo nos condados de Alula e Khaybar, na atual Arábia Saudita, dos quais cerca de 11.000 faziam parte das avenidas funerárias.
As maiores concentrações de monumentos funerários nessas avenidas estavam localizadas perto de fontes de água permanentes, com indicações de que as populações as usavam para viajar entre os principais oásis, incluindo os de Khaybar, Alula e Tayma.
14 de janeiro 2022, 13:13
Avenidas menores também foram localizadas, mas desaparecem nas paisagens ao redor dos oásis sugerindo que as rotas também eram usadas para mover rebanhos de animais domésticos entre pastagens durante os períodos de chuva.
"Esses oásis, especialmente Khaybar, exibem algumas das concentrações mais densas de monumentos funerários conhecidos em todo o mundo", disse Dalton. Segundo ele, isto "sugere que as populações já começavam a se estabelecer de forma permanente nesses locais, mais favoráveis durante este período".
O diretor do projeto, dr. Hugh Thomas, disse que a pesquisa encerra um excelente ano para o projeto.
"Os artigos publicados em 2021 ajudaram a demonstrar que, nos tempos antigos, Alula e Khaybar eram caracterizados por uma paisagem ocupacional rica e dinâmica", afirmou o dr. Thomas.
"Os achados arqueológicos que saem dessas regiões têm o potencial de mudar profundamente nossa compreensão do início da história do Oriente Médio".