Ciência e sociedade

Cientistas acreditam que formação da Lua se assemelhou ao funcionamento de máquina de raspadinhas

Uma dupla de pesquisadores do Reino Unido e da França sugeriu um novo modelo do que teria sido o processo de cristalização sofrido pela superfície lunar.
Sputnik
Após a missão Apollo 11, em 1969, a primeira visita do ser humano à Lua, cientistas analisaram as rochas coletadas pelos astronautas da NASA e descobriram que o nosso satélite era formado por anortositos, um tipo de pedra muito leve. Esses anortositos teriam sido formados no início da história da Lua, cerca de 4,5 bilhões de anos atrás.
A teoria mais aceita na comunidade científica sobre a formação da Lua é que dois protoplanetas, estágio inicial da formação de um planeta, se chocaram e com isso foi estabelecido o pontapé inicial para a constituição da Terra, o protoplaneta maior, e da Lua.
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Cientistas analisam mais de perto o misterioso 'cubo lunar' (FOTOS)
Com base nessa teoria, em seus primeiros anos a Lua estaria coberta por um oceano de magma. Porém, novas descobertas mostram que a solidificação dos anortositos levaria cerca de 200 milhões de anos, enquanto o mar de magma se solidificaria na metade deste tempo.

"Levando em consideração a faixa de idades e composições dos anortositos na Lua e o que sabemos sobre como os cristais se misturam ao magma em solidificação, a crosta lunar deve ter se formado através de algum outro mecanismo", disse o coautor do estudo, publicado na revista científica Geophysical Review Letters, professor Jerome Neufeld, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Os pesquisadores então desenvolveram um cálculo matemático para tentar entender o que de fato teria acontecido na crosta lunar e como o mar de magma viria a se transformar na superfície cinzenta da Lua que conhecemos hoje. Eles acreditam que, enquanto o interior do oceano seguia líquido, uma capa de cristais tenha formado uma espécie de "tampa" na superfície da Lua.

"Acreditamos que é nessa 'tampa' fechada que a crosta lunar se formou, à medida que o derretimento leve e enriquecido com anortita se filtrava da pasta cristalina que estava em convecção embaixo. Nós sugerimos que o resfriamento do oceano de magma inicial gerou uma convecção tão grande que os cristais se mantiveram suspensos no magma, como uma pasta, parecido com os cristais de gelo em uma máquina de raspadinhas", explicou Neufeld.

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