Arqueólogos acreditam que o local esteja recheado de histórias e descobertas a serem feitas. O sítio arqueológico de cerca de oito hectares fez parte de diferentes épocas e gerações. Chegou a ter ocupação ibérica da Idade do Bronze, foi uma região administrativa do Império Romano e os especialistas também já encontraram artefatos islâmicos próximos a Morana.
"O que vamos encontrar nós não sabemos, ainda não fizemos análises geofísicas", explicou o arqueólogo da prefeitura da cidade de Lucena, Daniel Botella, em entrevista ao Cordópolis.
A exploração de Morana pretende descobrir detalhes da região e das pessoas e sociedades que ali se estabeleceram através dos tempos. Os principais questionamentos sobre o misterioso sítio arqueológico pairam sobre as épocas de domínio ibérico e romano.
"Somente uma investigação séria com um plano correto de ação que determine tanto o lado da conservação, como investigação e divulgação, vai nos permitir descobrir esse magnífico tesouro que é Morana", disse Botella.
A disputa
Esta semana a prefeitura de Lucena anunciou, após décadas tentando comprar o terreno, que a Comissão Provincial do Patrimônio do Ministério da Cultura autorizou a dissolução da fazenda que hoje existe no local.
Uma das grutas de Morana, na Espanha
© Foto / Ayuntamiento de Lucena
Com isso, será criada uma área de proteção e o terreno será registrado em cartório e poderá ser comprado pela prefeitura. O atual proprietário vai poder continuar a explorar parte das terras, caso queira, onde atualmente são plantadas oliveiras.
Nos últimos anos, Morana vinha sendo alvo do ataque de ladrões, que roubavam artefatos antigos do local e os vendiam ilegalmente.