Após a China alegar que evitou um incidente espacial com um satélite desgovernado da SpaceX, o que foi endossado em declarações recentes da ONU, um estudo de astrônomos alertou para os perigos do aumento de satélites comerciais.
Segundo os cientistas, empresas como a SpaceX estão poluindo a órbita baixa e afetando a qualidade das fotografias astronômicas. Além de prejudicar pesquisas e a ciência, o incidente pode deixar a Terra mais vulnerável contra asteroides mortais.
O artigo, que foi publicado no Astrophysical Journal Letters, afirmou que milhares de satélites de programas como o "Starlink", da SpaceX, estão causando um número alarmante de fotografias astronômicas crepusculares cobertas de listras brilhantes.
Enquanto menos de 0,5% das imagens do crepúsculo apresentava essas faixas em 2019, o número aumentou para 18% em agosto de 2021, o que significa que quase uma em cada cinco fotografias do crepúsculo são cobertas pelas linhas de satélite.
Os pesquisadores afirmam que as trilhas de satélite "afetam desproporcionalmente as observações do crepúsculo e de alta massa de ar", que são usadas para rastrear asteroides e cometas próximos da Terra.
De forma alarmante, o aumento acentuado nas trilhas pode em breve resultar em pesquisadores perdendo alguns asteroides e cometas.
A percepção dos cientistas é que, embora os números atuais não sejam altos o suficiente para afetar significativamente a pesquisa, a situação pode estar mudando rapidamente.
Lançamento de satélite Iridium em foguete Falcon 9 da SpaceX no Complexo de Lançamento Espacial 4, Califórnia, EUA, 22 de dezembro de 2017
No domingo (16), o CEO da SpaceX, Elon Musk, se gabou de que 1.469 satélites Starlink estavam atualmente ativos em órbita baixa.
Milhares de outros satélites também estão orbitando a Terra. Um relatório de setembro afirma que o número está em quase 8.000.
No total, a SpaceX recebeu aprovação da Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês) para operar 12.000 satélites, e apresentou 30.000 satélites Starlink adicionais.
Se esses planos forem totalmente colocados em ação, estima-se que até 100.000 satélites possam ser lançados na próxima década.