A fragata dinamarquesa HDMS Peter Willemoes vai se juntar à frota da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no mar Báltico como parte da contribuição do país para a Aliança.
A fragata, com 160 marinheiros a bordo, será destacada juntamente com quatro aeronaves F-16 e 70 soldados em apoio à missão de preparação da OTAN na área do mar Báltico. Essa medida foi decidida depois que a OTAN exigiu especificamente o aumento da contribuição, disse o ministro da Defesa, Trine Bramsen, em comunicado.
A missão terá foco especial nos Países Bálticos e, segundo a Marinha dinamarquesa, a tarefa da fragata consiste principalmente em mostrar sua presença, proximidade e solidariedade com toda a aliança da OTAN.
No entanto, como a implantação ocorre em meio a tensões entre a Rússia e o Ocidente, o navio "vai ficar de olho na atividade russa no mar Báltico" e "impedir a Rússia de escalar o conflito com a Ucrânia", informou a Rádio Dinamarquesa, citando especialistas militares.
De acordo com o capitão naval e analista militar da Academia de Defesa Anders Puck Nielsen, o aumento da presença naval da OTAN no mar Báltico deve ser visto à luz de duas coisas.
"Primeiro, a ideia é enviar alguns sinais claros tanto para a Rússia quanto para os Países Bálticos de que estamos juntos na OTAN e que toda essa situação na verdade nos aproxima ainda mais. Em segundo lugar, há uma tarefa militar muito específica – vigilância, possível dissuasão e capacidade de manter a presença se os russos aumentarem repentinamente sua presença militar no mar Báltico", disse Nielsen à Rádio Dinamarquesa.
Ao enfatizar que tais "operações ao vivo" até recentemente só aconteciam em águas distantes, Nielsen afirmou que a missão do HDMS Peter Willemoes não é agressiva e que a Dinamarca está navegando em seu próprio quintal. Seu capitão Henrik Kim Schjoldager admitiu "tensões políticas" subjacentes, mas descreveu a missão como "negócios, como de costume".
"O Willemoes está, como uma unidade pronta para tarefas, pronto para resolver tarefas em todo o espectro de conflitos", disse Schjoldager à Rádio Dinamarquesa. "Ele pode lidar com os esforços no extremo superior do espectro de conflitos, que é a guerra naval convencional, mas também no extremo inferior com resgate marítimo e assistência a outros tráfegos marítimos".
O envio da fragata dinamarquesa como parte de uma missão da OTAN ocorre na esteira das crescentes tensões entre a Rússia e a Aliança após a crise da Ucrânia em 2014, quando forças apoiadas pelo Ocidente derrubaram o governo eleito em Kiev. O golpe levou a Crimeia a se separar e se juntar à Rússia após um referendo e também desencadeou um conflito civil no leste da Ucrânia.
Ao longo de 2021, autoridades e meios de comunicação ocidentais acusaram a Rússia de um aumento militar perto das fronteiras da Ucrânia em preparativos para uma suposta invasão. Moscou rejeitou todas as alegações, acusando o Ocidente de aumentar artificialmente as tensões.
Na semana passada, diplomatas russos se reuniram com seus colegas dos EUA e da OTAN para discutir uma série de propostas de segurança elaboradas por Moscou em um esforço para aliviar substancialmente as tensões atuais, mas a Rússia ainda aguarda uma resposta por escrito. Entre outras propostas, ambos os lados foram chamados a abster-se de enviar tropas, sistemas de mísseis, aeronaves e navios de guerra a áreas próximas ao outro lado. Washington e a OTAN também foram convidados a abandonar os planos de expansão da OTAN para o leste, particularmente os planos de incorporar a Ucrânia ou possivelmente a Geórgia à aliança.