Panorama internacional

'40 anos de resistência': Irã e Rússia podem lutar juntos contra EUA, diz presidente iraniano

Rússia e Irã podem unir esforços para resistir à pressão dos EUA, disse presidente iraniano Ebrahim Raisi durante visita de dois dias a Moscou.
Sputnik
O líder da República Islâmica, que se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin nesta quarta-feira (19), ressaltou que Teerã está pronta para relações "estratégicas" com Moscou, o que não dependeria de fatores de curto prazo.
"Em meio a condições externas extraordinárias, quando há oposição às ações unilaterais do Ocidente, incluindo os Estados Unidos, podemos criar sinergia em nossa cooperação", disse Raisi a Putin.
O presidente iraniano observou que as sanções dos Estados Unidos e outros países ocidentais são fúteis para impedir o desenvolvimento do Irã.

"Nós temos resistido aos norte-americanos há mais de 40 anos. E nunca alcançaremos o progresso e o desenvolvimento do Irã por causa de sanções ou ameaças, embora estejamos nos esforçando para que as sanções sejam canceladas", afirmou o presidente iraniano durante a reunião.

A Rússia espera que a visita de Raisi resulte em um "inventário de relações" dada a mudança na liderança do Irã, disse Sergei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores. O apoio da Rússia ao Irã durante as negociações de Viena, incluindo a posição dura de Teerã sobre a necessidade de cancelar sanções contra a República Islâmica reforçou as relações entre os dois países.
Pouco antes da visita, foi reforçado que as nações estão planejando aprofundar mais a cooperação técnico-militar, incluindo um possível contrato de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 55,1 bilhões) para a compra de equipamentos militares russos.
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Desde abril do ano passado, Viena tem sido palco das negociações da comissão conjunta do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), bem como de reuniões informais conduzidas em diferentes formatos, cujo objetivo é evitar que o acordo nuclear com o Irã se desmorone após a retirada dos EUA.
Em 2018, Trump se retirou unilateralmente do acordo, impondo contra Teerã sanções sob a chamada campanha de "pressão máxima". Como resultado, em 2019 a nação persa começou a abandonar gradualmente os termos do acordo.
Assinado pelo Irã em 2015 em conjunto com Alemanha, China, França, EUA, Reino Unido e Rússia, o JCPOA exigia que Teerã reduzisse seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca do alívio das sanções.
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