O procurador-geral do Estado da Bolívia, Juan Lanchipa, informou que as supostas viagens irregulares feitas pela ex-presidente Jeanine Áñez ao Brasil serão investigadas.
"Vai se iniciar a investigação formal para estabelecer essas viagens que não são autorizadas e não estão enquadradas nas regulamentações nacionais", disse o procurador à mídia local.
A decisão do Ministério Público acontece depois que o jornal argentino Página 12 revelou que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comentou que havia realizado uma reunião com Áñez, que tomou o poder em novembro de 2019 após o golpe contra Evo Morales.
"A ex-presidente da Bolívia, Jeanine [...] estive com ela uma vez, é uma pessoa simpática que está presa", foram as palavras de Bolsonaro, cuja data ou local do pronunciamento não foi especificado.
Segundo a mídia argentina, alguns canais de Bolsonaro no YouTube aparentemente perceberam a gravidade das declarações do presidente e as retiraram do ar. Até agora, nenhuma reunião oficial entre o presidente brasileiro e Áñez é conhecida, então a reunião teria sido secreta.
Após a publicação, o ex-presidente boliviano Evo Morales acusou o governo brasileiro de participar do golpe contra ele.
O presidente brasileiro, que está em viagem oficial ao Suriname e à Guiana a partir desta quinta-feira (20), não se pronunciou a respeito.
Áñez foi presa em março de 2021 acusada de "terrorismo, sedição e conspiração", no chamado processo Golpe de Estado, e está detida preventivamente na prisão de Miraflores, em La Paz.