Após a trágica operação, que marcou o fim da ocupação de 20 anos dos EUA no Afeganistão, o Departamento de Defesa admitiu que errou ao confundir um homem com um suposto terrorista do grupo Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Zamarai Ahmadi, que trabalhava para a organização humanitária Nutrition and Education International, foi identificado como alguém que planejava explodir um dispositivo perto do aeroporto de Cabul, onde a evacuação das tropas estava em andamento.
Os vídeos incluem cerca de 25 minutos de filmagens, de dois ângulos diferentes, feitas por dois drones - ambos supostamente MQ-9 Reapers.
Segundo a publicação, o jornal teve acesso às imagens do ataque por meio da Lei de Liberdade de Informação (FOIA, na sigla em inglês), movida contra o Comando Central dos EUA, encarregado das operações militares no Afeganistão.
No episódio, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, ofereceu condolências aos familiares das vítimas, incluindo a de Ahmadi.
"Embora o ataque fosse contra o que se acreditava ser uma ameaça iminente às nossas tropas no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, agora acredita-se que nenhum dos membros da família mortos tenha tido conexões com o EI-K [um ramo do Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países] ou representasse ameaças às nossas tropas. Lamentamos profundamente a perda de vidas que resultou deste ataque", afirmou um porta-voz do Comando Central dos EUA.
Uma investigação conduzida pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos concluiu que não houve má conduta, nem incompetência no caso. Com isso, não houve punição dentro das Forças Armadas norte-americanas pelo ataque, segundo estabelecido pelo Pentágono.
Já o governo dos EUA prometeu auxiliar os parentes das vítimas, bem como funcionários da organização humanitária para a qual trabalhava Ahmadi. Porém, segundo o jornal, a prometida compensação ainda não ocorreu.