Ciência e sociedade

Erupção do Tonga foi 500 vezes mais potente que bomba atômica em Hiroshima de 1945, dizem cientistas

O vulcão Tonga foi avaliado como tendo uma potência muito superior à da detonação nuclear que destruiu a cidade de Hiroshima; o estrondo da erupção foi o maior em mais de um século.
Sputnik
A erupção do vulcão Tonga no oceano Pacífico foi 500 vezes mais potente que a bomba nuclear detonada em Hiroshima, Japão, em 1945, afirmaram cientistas da agência espacial norte-americana NASA, citados na terça-feira (18) pela emissora NPR.
Há uma semana no oceano Pacífico aconteceu uma erupção do vulcão subaquático Hunga Tonga-Hunga Haapa, que durou alguns dias. O principal golpe foi na ilha Tonga.
O satélite Kanopus-V está monitorando as consequências. Aqui podem ver a fronteira da ilha antes da erupção
De acordo com James Garvin, cientista-chefe do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, a potência da erupção foi equivalente a cerca de "dez megatoneladas" de TNT e foi a maior erupção em décadas recentes. Ela pôde ser ouvida a cerca de 9.000 km de distância, no Alasca, EUA.
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A NPR também relatou que os 53 detectores da Organização do Tratado de Proibição Abrangente de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês) detectaram o choque de baixa frequência produzido pela explosão quando atravessava a atmosfera, sendo o maior em mais de 20 anos, segundo Ronan Le Bras, geofísico da CTBTO.
"Todas as estações o pegaram. Foi a maior coisa que já vimos", comentou ele.
Apesar de tudo, Garvin crê que o pior já passou.
"Se o precedente passado de erupções vulcânicas neste tipo de cenário tem algum significado, então não teremos outra explosões deste tipo por algum tempo."
Os cientistas ainda não conseguiram visitar o vulcão para estudar o que aconteceu de forma mais aprofundada, mas já estão estudando imagens de satélite, e planejam lançar missões de drone.
O cogumelo de fumaça do Tonga ascendeu a 30 km de altitude, cobrindo o arquipélago com gás, chuva ácida e cinza. As ondas oceânicas destruíram todos os edifícios em algumas ilhas, deixando muitas pessoas desalojadas.
Michael Poland, geofísico do Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), disse que esta pode ter sido "a erupção que provocou maior estrondo desde [a do vulcão indonésio] Krakatau em 1883", que matou milhares de pessoas e lançou uma quantidade de cinzas que provocou a escuridão na região circundante.
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