Dominic Raab, vice-premiê do Reino Unido, advertiu no domingo (23) que a economia da Rússia sofreria consequências "severas" em caso de uma "agressão" à Ucrânia.
Ao mesmo tempo, ele disse que seria "altamente improvável" que o Reino Unido enviasse tropas para defender a Ucrânia.
Mídia britânica relatou nesta semana que o Reino Unido enviou à Ucrânia 30 militares de elite para treinar forças locais no uso das armas antitanque MBT LAW transferidas a Kiev por Londres.
A embaixada da Rússia no Reino Unido instou o governo britânico a parar com "tolas provocações retóricas".
"Exortamos fortemente Londres a parar com as tolas provocações retóricas, bastante perigosas na atual situação quente, e a contribuir para os verdadeiros esforços diplomáticos em prol da implementação de garantias confiáveis de segurança europeia", comentaram os diplomatas russos as declarações de Londres.
"A lógica é simples: acusar todos os dias a Rússia de preparar uma invasão 'iminente' da Ucrânia e, com base nesse 'fundamento' inventado, tentar desempenhar o papel de líder ideológico do 'mundo livre' se defendendo contra 'autocratas'. Esse estratagema de chavão é combinado com uma degradação óbvia do potencial de análise britânico das questões russas e ucranianas", segundo a embaixada, que criticou também o envio de armamentos à Ucrânia, para perto das fronteiras russas.
Apesar de alguma divisão na OTAN sobre as ações a tomar, vários países no Ocidente têm proposto desligar a Rússia do sistema de pagamentos SWIFT ou congelar a entrada em funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 em caso de um suposto ataque russo à Ucrânia.
As tensões entre Moscou e Kiev têm aumentado nos últimos meses, com países da OTAN alegando que a Rússia planeja "invadir a Ucrânia" com base na movimentação de tropas dentro do território russo. O Kremlin, por sua vez, diz antecipar provocações pelo Ocidente e Kiev nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam em fevereiro.
Moscou aponta a militarização das fronteiras perto da Rússia pela própria OTAN, incluindo na Ucrânia, considerando esse desenvolvimento uma ameaça à sua própria segurança. O governo russo afirma ter todo o direito de movimentar forças militares dentro de suas próprias fronteiras.
Além disso, em dezembro o Kremlin propôs garantias de segurança mútuas à OTAN, como parte de projetos de um acordo, que estipulam a não expansão da aliança militar para leste, perto da Rússia, e a não colocação de mísseis, tropas ou armas nucleares na proximidade das fronteiras dos dois lados.