Clément Beaune deu entrevista para a Europe1 e comentou o posicionamento dos pré-candidatos ao governo sobre a relação da França com a OTAN.
"Seria uma loucura em meio a situação que estamos vivendo, dar a impressão de que existe uma divisão entre os países do ocidente", disse o secretário, argumentando que uma possível saída da França da OTAN seria "o maior presente que poderíamos dar para a Rússia".
Beaune também disse que o governo francês não está se preparando para uma "guerra", mas sim para "tempos difíceis" que poderão ser causados por conta das tensões envolvendo a Ucrânia.
No início da semana, o líder do partido de esquerda francês França Insubmissa e potencial presidenciável, Jean-Luc Mélenchon, disse que a França deveria sair da OTAN, revelando que considera a Rússia um país parceiro e não adversário.
"Sou a favor de abandonar a OTAN. Precisamos de uma desescalada [da situação]. Se deixarmos a OTAN, não seremos arrastados para a lógica da Guerra Fria que os americanos mantêm com a Rússia e a China", afirmou Mélenchon.
No mês passado, quem também falou sobre uma possível saída da OTAN foi o pré-candidato da extrema-direita francesa, Eric Zemmour.
As tensões entre Rússia e Ucrânia têm aumentado nos últimos meses, com países da OTAN alegando que o governo russo planeja "invadir a Ucrânia" com base na movimentação de tropas dentro do território russo. O Kremlin, por sua vez, diz antecipar provocações pelo Ocidente e Kiev nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam em fevereiro.
Em 17 de dezembro, Moscou publicou projetos de acordo para reformular a segurança europeia, que propõem o fim da expansão da OTAN para leste, incluindo para a Ucrânia, e a não instalação de mísseis, armas nucleares ou meios militares perto das fronteiras russas e dos países da Aliança Atlântica.