Um fragmento de míssil descoberto após o ataque aéreo de sexta-feira (21) pela coalizão da Arábia Saudita contra a cidade de Saada, no Iêmen, foi identificado como tendo sido produzido por uma empresa dos EUA.
Imagens publicadas pelos rebeldes houthis revelaram cenas de socorristas resgatando corpos dos escombros. Em um certo ponto aparece um fragmento, supostamente de uma bomba usada no ataque, com parte do texto e números visíveis, incluindo 96214, referidos por Marc Garlasco, conselheiro militar da organização não-governamental PAX Proteção de Civis, como identificando uma fabricante norte-americana.
Esse é o código de organização da Raytheon.
A Raytheon descreve que está focada em "criar tecnologias inovadoras em campos como inteligência artificial, propulsão avançada, eletrificação e gestão térmica", e inclui o número 96214 entre seus códigos de organização. Uma publicação de 2018 da emissora CNN revelou que o mesmo número foi encontrado em estilhaços de ataques aéreos da coalizão em 2015, 2016 e 2018.
O ataque aéreo da coalizão militar saudita a um centro de detenção de migrantes de uma área sob controle dos houthis levou a vida de dezenas de pessoas, incluindo de crianças, levando António Guterres, secretário-geral da ONU, a instar ao começo de uma "investigação eficaz e transparente".
Organizações de direitos humanos também têm exortado os EUA a deixar de exportar armamentos à Arábia Saudita.