Na quarta-feira passada (19), o presidente, Jair Bolsonaro (PL), anunciou que já havia decidido quem seria seu vice para corrida presidencial deste ano, entretanto, disse que só falaria o nome "na hora certa", porque se anunciar agora "é só complicação e confusão", de acordo com o jornal O Globo.
Em mais de uma oportunidade, Bolsonaro já afirmou que 12 ministros deixarão seus cargos por causa das eleições, e isso tem causado uma movimentação em torno do Ministério da Defesa, chefiado pelo general da reserva Walter Braga Netto.
Segundo a mídia, o chefe do Executivo crê que ter ao seu lado um militar com influência nas Forças Armadas reduz consideravelmente as chances de eventuais pedidos de impeachment prosperarem. Além disso, Braga Netto tem a confiança integral de Bolsonaro.
Apesar de evitar falar em público sobre o assunto, integrantes do governo dizem que o ministro se entusiasmou e que estaria "pronto para o chamado do presidente" e tem se articulado para se cacifar como vice.
No caso, esse seria o único posto que faria o general desistir do cargo de chefe da Defesa, uma vez que Braga Netto já avisou que não tem interesse em sair candidato a qualquer outra posição, segundo a mídia.
Cerimônia de Entrega de Espadim aos Cadetes da Turma Bicentenário do General João Manoel Menna Barreto palavras do Ministro da Defesa, Walter Braga Netto (foto de arquivo)
© Marcos Corrêa / Palácio do Planalto / CC BY 2.0
Ao longo de sua gestão na pasta, o general já fez alguns movimentos que agradaram o presidente, por exemplo o gerenciamento para divulgação de uma nota assinada por Exército, Marinha e Aeronáutica rebatendo críticas feitas pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) contra os militares.
No entanto, partidos da base do presidente, como PL, PP e Republicanos, não fizeram um convite de filiação ao militar.
Embora digam que a palavra final sobre o vice será exclusivamente do presidente, integrantes do comitê da campanha presidencial tentam convencê-lo de que é mais prudente adiar a decisão e escolher um nome que possa atrair votos em parte do eleitorado a partir do momento que o presidente precisa crescer nas pesquisas.