Ciência e sociedade

Rastros de queda de rochas em Marte são evidência de atividade sísmica, afirmam cientistas

Pesquisadores estudaram imagens capturadas pela câmera HiRISE, do satélite MRO, e encontraram "rastros de ejeção de rochas" concentrados em um ponto, sugerindo que isso não acontece por acaso.
Sputnik
Marte tem atividade sísmica, sugerem cientistas da Índia com base em rastros deixados por rochas no Planeta Vermelho.
A equipe do dr. S. Vijayan, cientista do Laboratório de Pesquisa Física em Ahmedabad, Índia, analisou detalhadamente milhares de imagens da região equatorial de Marte capturadas entre os anos 2006 e 2020 pela câmera HiRISE, a bordo do satélite MRO, reportou no sábado (22) o jornal The New York Times. Os resultados do estudo foram publicados na revista Geophysical Research Letters.
Vijayan relatou que os cientistas conseguiram encontrar cerca de 4.500 rastros de rochas rolantes, que também mostram mudanças de direção, e ramificações, o que seria resultado de as rochas se desintegrarem e seus pedaços continuarem deslizando para baixo.
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No entanto, estas "quedas de rochas ejetadas", como foram chamadas pelos cientistas, só são visíveis em um espaço de quatro a oito anos, que eles sugerem ser devido aos ventos apagarem os vestígios das rochas ejetadas e redistribuírem a poeira e areia marciana.
O fenômeno seria assim evidência de atividade sísmica em Marte porque cerca de 30% das faixas rochosas estavam concentradas na região de Cerberus Fossae, apesar de ela constituir apenas 1% da área estudada.
"Essas massas gigantescas de rocha densa carregadas na superfície criam tensões em toda a crosta circundante de Marte", disse o dr. Alfred McEwen, geólogo planetário da Universidade do Arizona, EUA, e cientista principal da HiRISE, não envolvido na pesquisa.
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