Em declaração nesta terça-feira (25), o FMI sugeriu ao país da América Central que repense a decisão de adotar a criptomoeda como oficial, de acordo com informações da Bloomberg.
A instituição sustenta que, devido aos grandes riscos, o bitcoin pode se tornar um grande obstáculo caso o país tente obter um empréstimo da organização.
No ano passado, El Salvador buscou um empréstimo de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,07 bilhões) do FMI, mas as negociações foram frustradas pelas preocupações do fundo com a adoção do bitcoin como moeda corrente no país.
Diretores executivos do FMI, que representam as 190 nações integrantes do organismo multilateral, destacaram os riscos do bitcoin à "estabilidade e integridade financeira e à proteção do consumidor". Eles ainda apontaram riscos fiscais.
El Salvador tornou a criptomoeda legal, equiparando-a ao mesmo status do dólar, em setembro do ano passado. A decisão fez do presidente salvadorenho Nayib Bukele, um ícone entre entusiastas de criptoativos.
O país é o único do mundo a dar ao bitcoin, um ativo que não é emitido ou lastreado por um banco central nacional, o status de moeda oficial.
O país começou a comprar bitcoins no ano passado, quando a cotação estava em torno de US$ 50 mil (cerca de R$ 272 mil). O problema é que a criptomoeda está sob forte desvalorização.
Até esta terça-feira (25), ela desvalorizou 45% em relação ao seu pico de US$ 68 mil (quase R$ 370 mil) de novembro do ano passado. Dessa forma, El Salvador perdeu cerca de US$ 20 milhões (R$ 108,8 milhões) nos últimos meses.
Os executivos do FMI insistiram para que as autoridades salvadorenhas encaminhem uma forma de restringir o escopo da lei que oficializou o bitcoin no país, retirando o seu status legal.